Ellen Steiger
Estamos simplesmente sobrecarregados com a quantidade de informações que recebemos todos os dias. Como podemos enfrentar os desafios no dia a dia, no trabalho, na igreja? Recentemente li esta declaração em uma revista cristã: “Uma marca registrada de nosso tempo é a incapacidade humana de distinguir o importante do insignificante”. O essencial é ofuscado e obscurecido por muitos anúncios insignificantes, mensagens, relatórios, perguntas, problemas, dúvidas, e “o real facilmente se perde de vista”.[1] Tudo isso torna-se particularmente ruim quando assuntos relacionados à fé ficam “atolados” em assuntos triviais.
O que é importante em nossa vida? Nesta edição, Daniel Lima escreve: “Definir a vida eterna como conhecer a Deus está diretamente ligado a amá-lo. Se Deus for realmente o que mais amo, o que mais desejo e o que mais anseio em conhecer, a perspectiva de passar a eternidade conhecendo a Deus é absolutamente encantadora” (leia aqui). Ele escreve o seguinte sobre a igreja: “Uma igreja cristocêntrica não está envolvida em disputas ‘territoriais’ sobre membros ou ministérios. Seu foco e preocupação é que Deus seja glorificado”. E isso vale não só na igreja, mas também na vida familiar e profissional. Que nos concentremos – e mantenhamos o foco – em dar glória a Deus!
Um provérbio alemão diz: “Diante de muitas árvores não se enxerga mais a floresta”. Isso significa que precisamos gastar mais tempo para olhar as coisas de cima. Em vez de perseguir o secundário, devemos parar e pausar. No estresse da vida cotidiana e na enxurrada de informações, não devemos nos esquecer de manter os princípios bíblicos e voltar a eles quando nos perdemos em certo ponto. Em seu estudo de Romanos, Samuel Rindlisbacher escreve que “o homem tende a fugir das consequências, a evitar responsabilidade e a não assumir culpa. A Bíblia, porém, parte de outra abordagem: nós somos responsáveis. Precisamos assumir responsabilidade e, de acordo com isso, também as consequências dos nossos erros” (leia aqui). Se assumirmos responsabilidade, poderemos experimentar a graça de Deus.
Jesus Cristo deve ser o centro, o meio de nossa fé. Sempre! O que o honra é o mais importante, o essencial, o que realmente conta e o que importa. E é o que, em última análise, nos deixa tranquilos para enfrentar os desafios diários. Cito Samuel novamente: “Paulo nos convoca a tomar uma posição clara: ou a favor do pecado, separando-nos assim de Deus, ou por Jesus Cristo e com isso por uma vida baseada em sua graça e em sua luz. [...] a graça de Deus é sempre maior que qualquer fracasso próprio”.
Desejo-lhe uma boa leitura!
Nota
- Stephan Holthaus, “Zurück zum Kern”, Ethos 1 (2021), p. 54.