Muitos cristãos concordam que esta pandemia também serve como uma espécie de alerta divino à humanidade, para que esta se arrependa e reconheça sua total dependência do Criador. Contudo, infelizmente não é o que vemos acontecer. Embora as pessoas tenham, diante do cenário atual de insegurança física (saúde), mais tempo para refletir sobre questões existenciais, não é o que ocorre. Escrevendo no artigo de capa desta edição, o missionário Reinhold Federolf faz a pergunta em face do cenário atual: “A grande questão pendente é: será que o Brasil, Portugal e o mundo inteiro se aproximarão de Deus por meio disso ou se afastarão ainda mais dele?” (leia aqui).

Ao mesmo tempo, há o questionamento: a igreja aproveitou essa oportunidade de evangelismo? Não (só) no sentido de alertar acerca do juízo futuro, mas no de estimular o debate desses questionamentos essenciais à vida eterna, utilizando-se do momento incomum em que vivemos. Após a pergunta no parágrafo anterior, Federolf continua: “Oremos pedindo que pelo menos alguns despertem, se conscientizem, se arrependam e busquem em Jesus um caminho que agrade a Deus”. Esta também deve ser a nossa oração!

Como igreja, não podemos esquecer da mensagem que o autor da carta aos Hebreus nos deixou: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia” (Hb 10.25). Esta passagem é fundamental para 2020, onde muitos cristãos no Brasil e no mundo ficaram e ainda estão impossibilitados de participar presencialmente de cultos, grupos de estudo, reuniões de oração, eventos evangelísticos etc. No entanto, o contato com irmãos e irmãs na fé é imprescindível. Ao analisar esta passagem, o pastor Mark Hitchcock diz: “A verdade é que esfriamos espiritualmente e, eventualmente, paramos de brilhar sem o calor de nossos irmãos e irmãs em Cristo. Precisamos uns dos outros mais do que costumamos imaginar”.[1]

Tendo em vista a necessidade do engajamento da igreja nesta situação, e o cenário de apostasias externa e interna relatado na Palavra (leia aqui), aumenta a importância do convívio com outros cristãos fiéis. Analisando mais a passagem acima, Hitchcock continua: “Hebreus 10.25 nos exorta a nos reunirmos para encorajamento mútuo ao vermos o dia se aproximando. Em tempos difíceis, todos precisamos de encorajamento. Precisamos de encorajamento para ler nossa Bíblia, orar, amar nosso cônjuge, sacrificar-se pelos outros, compartilhar, contar a outros sobre Jesus e abandonar o pecado”.[2] É o que também lemos em Hebreus 3.13: “Ao contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama ‘hoje’, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado”.

Que esta edição traga ânimo e crescimento espiritual a você, sua família e sua igreja! Como sempre, desejamos uma boa leitura!


  1. Mark Hitchcock, The End Times Survival Guide (Carol Stream, IL: Tyndale House Publishers, 2018), p. 56.
  2. Ibid., p. 47.
sumário Revista Chamada Setembro 2020

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