Lockdown e o Fundamental na Vida
A pandemia do novo coronavírus levantou questões totalmente novas e outras há muito esquecidas. O que importa, o que é secundário e qual é a coisa mais importante na vida?
Quando o famoso apóstolo Paulo começou a expor o cristianismo em Atenas diante dos eruditos oradores e filósofos da alta cultura grega, ele argumentou assim: “De um só [homem, Adão] fez ele [Deus] todos os povos, para que povoassem toda a terra, tendo determinado os tempos anteriormente estabelecidos e os lugares exatos em que deveriam habitar. Deus fez isso para que os homens o buscassem e talvez, tateando, pudessem encontrá-lo, embora não esteja longe de cada um de nós” (At 17.26-27).
Deus tem um objetivo claro com cada pessoa!
Tudo em nossa vida humana foi disposto de tal maneira que desejássemos buscar e encontrar Deus. Esta é uma afirmação de imenso alcance, que deveríamos tratar de deixar atuar intensamente sobre nós. O livro de Eclesiastes nos fornece uma orientação relativa a isso: “Ele [Deus] fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade...” (Ec 3.11). Em outras palavras, fomos “pré-programados” com uma predisposição (ou seja: uma receptividade determinada de antemão) para ocupar nossa mente com Deus, o sentido da vida, a morte, uma possível vida após a morte, a perdição e a salvação. Precisamos buscar e encontrar Deus!
Tudo em nossa vida humana foi disposto de tal maneira que desejássemos buscar e encontrar Deus.
Mesmo o internacionalmente conhecido campeão de luta livre Hulk Hogan, cujo nome verdadeiro é Terry Gene Bollea, chamou isso de um dos mais poderosos dons da nossa raça humana: “Em três breves meses, Deus removeu tudo aquilo que adoramos, tal como aconteceu com as pragas egípcias. A impressão é que Deus quer nos dizer o seguinte: vocês idolatram os atletas, mas eu fecharei os estádios. Vocês se apaixonam com os músicos, mas eu interditarei os palcos. Vocês adoram os atores, mas eu trancarei os teatros. Vocês adoram o dinheiro, mas eu farei ruir a economia e encolher as reservas. Vocês não querem mais ir ao culto para me adorar, e eu vou intervir de tal modo que vocês não possam fazer mais nada. Talvez nem precisemos de uma nova vacina, mas necessitemos deste período de isolamento de todas as distrações deste mundo para experimentarmos um reavivamento pessoal, por meio do qual nos concentremos naquilo que realmente importa: Jesus”.
Quando o grande rei Salomão orou por ocasião da inauguração do templo em Jerusalém, Deus mesmo respondeu: “Se eu fechar o céu para que não chova ou mandar que os gafanhotos devorem o país ou sobre o meu povo enviar uma praga, se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra” (2Cr 7.13-14). Deus ouve, Deus perdoa e Deus cura.
“Vocês idolatram os atletas, mas eu fecharei os estádios. Vocês se apaixonam com os músicos, mas eu interditarei os palcos. Vocês adoram os atores, mas eu trancarei os teatros.”
No livro de Deuteronômio, Deus advertiu seu povo de Israel contra alguns terrores que ele aplicaria como condenações pela idolatria, imoralidade e injustiça: “O Senhor os encherá de doenças... O Senhor os ferirá com doenças devastadoras, febre e inflamação, com calor abrasador e seca, com ferrugem e mofo, que os infestarão até que morram” (Dt 28.21-22). A tradução alemã de Lutero fala em “ar venenoso”. Poderíamos hoje atribuir isso à poluição ambiental ou à transmissão de doenças.
Os citados versículos bíblicos revelam que Deus pode muito bem nos abalar por meio de catástrofes naturais, inclusive epidemias perigosas e contagiosas, para nos conscientizar da nossa transitoriedade e impotência, lembrando-nos de buscar socorro em Deus. “Maus caminhos, pecados e conversão” definem conceitos claros. Por isso, Deus aumenta a pressão externa para provocar reações a fim de nos ocuparmos dessa importante questão do nosso relacionamento com ele. O que importa para Deus é a salvação ou condenação eternas. A grande questão pendente é: será que o Brasil, Portugal e o mundo inteiro se aproximarão de Deus por meio disso ou se afastarão ainda mais dele? Oremos pedindo que pelo menos alguns despertem, se conscientizem, se arrependam e busquem em Jesus um caminho que agrade a Deus.
No contexto do juízo sobre um superpotente assalto militar ao Israel moderno, lemos: “Mandarei fogo sobre Magogue e sobre aqueles que vivem em segurança nas regiões costeiras, e eles saberão que eu sou o Senhor” (Ez 39.6). Essas “regiões costeiras” (ou ilhas dos gentios) podem até significar continentes inteiros – e é certo que as pessoas não vivem despreocupadas (Mt 6.31-32). Deus alerta aqui contra a despreocupação quanto a ele mesmo e à nossa salvação eterna. Essa despreocupação significa que, tal como antes do Dilúvio, Deus é excluído totalmente e que os homens fazem o que querem.
O apóstolo Paulo lança mão de uma expressão interessante para descrever o nosso mundo: “... a própria natureza criada será libertada da escravidão [servidão] da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus” (Rm 8.21). Essa palavra grega phthora (“decadência”) caracteriza o nosso mundo desde a queda no pecado: destruição, decomposição, decadência, corrupção, perdição, degradação, aniquilação, dissolução, transitoriedade e ruína. Ou seja, vivemos num mundo agonizante.
Antes daquele terrível julgamento pelo Dilúvio, o comportamento da humanidade é descrito assim na Bíblia de Lutero: “... as pessoas não aceitam mais ser disciplinadas pelo meu Espírito” (Gn 6.3). Deus foi excluído totalmente e aqueles que o temiam eram ridicularizados e alvos de zombaria. Será que ainda não enxergamos os paralelos atuais? Procurar e encontrar Deus é prioridade máxima. Não permitamos que esse anseio por Deus seja satisfeito apenas superficialmente por mera “religião” e rituais vazios!
Sem dúvida, o paralisante lockdown por causa do novo coronavírus mostra Deus batendo à porta: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3.20).
Podemos perfeitamente supor que, em razão dessa pandemia mundial, enormes mudanças na economia, na política e na segurança ocorrerão, e que o preparo do palco mundial apocalíptico prosseguirá.
Jesus virá logo – você está preparado?