Salmos de consolo e esperança
Seja encorajado através destas reflexões retiradas de diversos salmos bíblicos.
Salmos 101.1
“Cantarei a respeito da bondade e da justiça; a ti, Senhor, cantarei.”
Deus é bondoso e justo ao mesmo tempo. Nós, ao contrário, somos muitas vezes extremistas. Há momentos em que somos muito rígidos (muitas vezes “legalistas”), acusando e cobrando, faltando-nos o amor. Jesus disse o seguinte aos fariseus: “Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas, porque vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezam os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Mas vocês deviam fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mt 23.23).
Não temos equilíbrio nas diversas áreas de nossa vida, isto é, não há uma harmonia em todos os aspectos da nossa personalidade igual àquela que havia em Jesus. É isso que vemos ilustrado no altar do holocausto; quando olhamos para o interior do altar, vemos um detalhe a mais que reforça e ilustra essa ideia de equilíbrio do nosso Deus. No seu interior havia uma grelha feita de cobre que era utilizada para colocar o sacrifício que seria consumido pelo fogo do altar. A altura que a grelha estava do chão no interior do altar era a mesma altura em que estava a mesa dos pães e a arca da aliança, dos quais iremos tratar mais adiante. Ora, no altar do holocausto, deparamo-nos com a justiça de Deus; na mesa dos pães, com a bondade de Deus; e, na arca da aliança, com a misericórdia de Deus. Todos estão a uma mesma altura, isto é, estão harmoniosamente dispostos dentro do tabernáculo, estão equilibrados entre si.
Isso nos ensina que os atributos do nosso Deus (justiça, bondade e misericórdia) se encontram em perfeita harmonia nele. Por isso a altura da grelha coincidia perfeitamente com a altura da mesa dos pães e com a altura da arca em relação ao chão. Ainda bem que o nosso Deus é assim, pois, se ele fosse somente justo, saberíamos de antemão para onde – certamente – ele teria que nos mandar! No entanto, em seu amor, ele decide sacrificar a si mesmo para que possamos voltar a ter comunhão com ele. O nosso Deus é perfeito!
Salmos 71.14-16
“Quanto a mim, esperarei sempre e te louvarei cada vez mais. A minha boca proclamará a tua justiça; o dia inteiro contarei os feitos da tua salvação, ainda que eu não saiba o seu número. Irei na força do Senhor Deus; anunciarei a tua justiça, a tua somente.”
Nossa força se multiplica quando temos a atitude de louvar e esperar em Deus. A postura de Calebe (Js 14) é um exemplo para nós. Ele foi fiel ao seu Deus e por isso ele também foi uma bênção para a sua família. Ele não reclamou dos caminhos de Deus, embora fossem difíceis. Ele não se amargurou com seus irmãos, mas se conservou em amor, embora tivesse de sofrer muito por causa deles. Ele viveu na fé embora ninguém mais cresse. Ele manteve uma consciência tranquila porque foi fiel ao seu Deus em todas as situações. Ele buscou a glorificação de Deus e seguiu a sua Palavra, e por isso ele pôde dar à sua família fontes de água. Fontes de bênçãos perenes que nunca secaram. Contudo, o acesso a essas fontes foram 45 anos de fidelidade a Deus.
Coloquemos aos pés de Jesus as nossas angústias e fraquezas espirituais. Às vezes vivemos em um estado de reclamação constante contra Deus e contra as pessoas mais próximas; ou não somos gratos a Deus, reconhecendo que foi ele quem nos sustentou até este momento. Ou somos infiéis a Deus ou à nossa família, não seguindo-o e duvidando da sua Palavra. Seja como for, você pode entregar tudo isso agora a Jesus e ele agirá. O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado. Você receberá novo vigor e nova alegria e poderá dizer como o salmista: “Irei na força do Senhor Deus”.
Salmos 116.10
“Eu cria, mesmo quando eu disse: ‘Estou muito aflito’.”
Calebe perseverou em meio a situações difíceis. Lemos que ele, juntamente com Josué, enfrentou sozinho 600 mil opiniões contrárias a ele. Queriam até apedrejá-lo. Toda a congregação disse que os apedrejassem (Nm 14.10). Humanamente, ele jamais teria sido capaz de perseverar, mas ele se manteve firme porque se baseou na promessa divina de que eles deveriam ocupar a terra dada a eles por Deus. Ele enxergou os gigantes do mesmo tamanho que os outros os viram, mas ele se apoiou no que Deus tinha dito e assim pôde afirmar: “E não tenham medo do povo da terra, porque nós os devoraremos como se fossem pão... o Senhor está conosco” (Nm 14.9).
Quando confiamos mais em nossos sentimentos do que na Palavra de Deus, perdemos o vigor no meio do caminho, pois não conseguiremos suportar a oposição dos outros quando se colocam contra nós. Além disso, os fatos visíveis muitas vezes confirmam que o nosso “empreendimento” é impossível. Somente baseados na Palavra e segurando-nos nela encontraremos força e poderemos pôr em prática Salmos 116.10: “Eu cria, mesmo quando eu disse: ‘Estou muito aflito’”.
Quando você crê na Palavra do Senhor que não pode mentir, a opinião dos outros não lhe derruba mais. Este é o segredo da força que resiste. Calebe disse que seu vigor não havia diminuído. Moisés disse o mesmo, pois ele também cria nas promessas de Deus: “Moisés tinha cento e vinte anos quando morreu, mas os seus olhos não se haviam enfraquecido, e ele não havia perdido o vigor” (Dt 34.7). Confie mais nas promessas de Deus do que em seus pensamentos, e o seu vigor será renovado.
Salmos 43.5
“Por que você está abatida, ó minha alma? Por que se perturba dentro de mim? Espere em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.”
Antes que as muralhas de Jerico caíssem, em Josué 6, houve uma batalha de fé. Você talvez também se encontra em uma batalha e pensa em abandonar a esperança, porque ter fé não fez nenhuma diferença na sua situação até o momento.
O que aconteceu quando o povo de Israel deu a volta na cidade no primeiro dia? Absolutamente nada. No segundo dia, aconteceu o mesmo. O terceiro dia também não trouxe nenhuma novidade. Foi inútil acreditar que Deus lutaria por eles? Não. Essa verdade também vale para você! Você pode experimentar que Deus permanece fiel à sua Palavra. Teria sido trágico se o povo de Israel tivesse parado depois de dar a quarta volta na cidade porque achavam que nada aconteceria mesmo, porque não tinha adiantado nada. Permaneça na fé! O esperar dos justos se transformará em alegria. Vale à pena não desistir da fé, pois Hebreus 10.35 diz: “Portanto, não percam a confiança de vocês, porque ela tem grande recompensa”. A Bíblia nos conclama a não abandonar a esperança mesmo que o cumprimento da promessa deixe por esperar. Habacuque 2.3 diz: “Porque a visão ainda está para se cumprir no tempo determinado; ela se apressa para o fim e não falhará. Mesmo que pareça demorar, espere, porque certamente virá; não tardará”. Espere em Deus!
Salmos 115.14
“O Senhor os abençoe mais e mais, a vocês e aos seus filhos.”
Você pode esperar que as bênçãos se multipliquem em sua vida, pois Deus tem ainda mais para dar. Deus é grande para fazer acontecer mais na sua vida: “Deus pode tornar abundante em vocês toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, vocês sejam abundantes em toda boa obra” (2Co 9.8).
Deus pode fazer mais do que pedimos e entendemos. Quem pede pouco receberá pouco; quem pede e espera muito, receberá muito. Em 2Reis 13.18-19, está escrito: “Eliseu disse mais: ‘Pegue as flechas’. Ele as pegou. Então disse ao rei de Israel: ‘Atire contra o chão’. O rei fez isso três vezes e parou. Então o homem de Deus ficou indignado com ele e disse: ‘Você deveria ter atirado cinco ou seis vezes e assim venceria os sírios até acabar com eles; mas agora vai vencê-los só três vezes’”. Espere mais de Deus na sua vida, assim você poderá experimentar coisas ainda maiores com ele! Jesus é muito mais misericordioso e amoroso do que você acha que o conhece!
Salmos 50.15
“Invoque-me no dia da angústia; eu o livrarei, e você me glorificará.”
Mesmo quando se esgotam todos os meios e recursos, ainda existe um caminho que permanecerá aberto para nós... até o nosso último momento da nossa vida – a oração. Quando Jesus foi crucificado e o mal e o inimigo estavam “por cima”, ninguém podia evitar que Jesus orasse e se entregasse nas mãos do seu Pai. Pode acontecer tudo em nossa vida, mas ninguém pode impedir que oremos. Jeremias estava preso e não podia fazer nada pelo povo que precisava tanto de ajuda. E Deus chamou o seu servo para invocá-lo. A resposta de Deus é: invoque-me no dia da angústia diante de situações difíceis, sem expectativa e esperança. Ore, e eu te responderei e te anunciarei coisas grandes.
Invoque-me! Precisamos praticar o clamor! Quantas pessoas, na hora do aperto, buscam ajuda em mil coisas menos no clamor a Deus, o único que pode ajudar seja qual for a gravidade. Quem clama experimentará ajuda. Não importa o caso, não importam as circunstâncias, pois Tiago 4.2b diz: “Nada têm, porque não pedem”.
A seguinte frase é atribuída ao pastor Samuel Chadwick (1860-1932): “A maior preocupação do Diabo é afastar os cristãos da oração. Ele não teme os estudos, nem o trabalho e nem a religião daqueles que não oram. Ele ri de nossa labuta, zomba de nossa sabedoria, mas treme quando nós oramos”.
Salmos 34.22
“O Senhor resgata a alma dos seus servos, e dos que nele confiam nenhum será condenado.”
Sabemos que os pecados nos geram diversas dificuldades, além da acusação do nosso coração e da nossa consciência. A vida de Caim nos mostra o quanto o pecado pode derrubar. Em Gênesis 4.13 lemos: “Então Caim disse ao Senhor: ‘Meu castigo é tão grande, que não poderei suportá-lo’”. Em várias situações originadas pelo pecado, temos a sensação de que não há mais solução; a culpa se torna um fardo. Contudo, é nesse momento que a força da fé se torna expressiva. Se Caim tivesse se curvado diante de Deus em arrependimento, o seu pecado teria sido perdoado. Judas Iscariotes também poderia ter alcançado ajuda e perdão se tivesse buscado o arrependimento sincero. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9).
Pedro negou Jesus naquela noite embaraçosa quando os inimigos o prenderam (Lc 22). Quando Pedro percebeu o que fez, chorou amargamente. Foi uma grande decepção e um sentimento de culpa sob a qual uma pessoa poderia sucumbir, mas foi nesse momento que ele experimentou uma mudança maravilhosa em sua vida. Ele havia voltado para a sua terra natal junto com os outros discípulos e se dedicava novamente à profissão de pescador. Quando Jesus apareceu aos seus discípulos, Pedro certamente pensou que Jesus não lhe confiaria mais nada. Contudo, foi justamente com Pedro que Jesus falou e lhe deu uma grande missão. Ele deveria ser mensageiro de Deus e pregar a sua palavra, consolar as pessoas, ajudá-las e direcioná-las a Jesus. Isso foi algo inacreditável para Pedro. Aquele que ele havia negado tem, apesar de tudo, confiança nele! A sua culpa foi perdoada e ele poderia começar de novo!
Não importa o tamanho da decepção e do seu erro, toda vez que o seu coração o acusar de algum pecado do qual você já se arrependeu, creia que Deus é fiel e justo para lhe perdoar todos os pecados e lhe purificar de toda a injustiça.
Um novo começo através da fé também existe para você. Não importa o tamanho da decepção e do seu erro, toda vez que o seu coração o acusar de algum pecado do qual você já se arrependeu, creia que Deus é fiel e justo para lhe perdoar todos os pecados e lhe purificar de toda a injustiça. Deus provê um perdão real e tem provado isto em Jesus Cristo. lsaías 1.18 diz: “O Senhor diz: ‘Venham, pois, e vamos discutir a questão. Ainda que os pecados de vocês sejam como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, eles se tornarão como a lã’”.
Salmos 138.3
“No dia em que eu clamei, tu me respondeste e alentaste a força de minha alma.”
Cada dia traz consigo o seu próprio mal, diz a Bíblia. Isso também foi uma realidade na vida dos salmistas. No salmo 73, lemos que Asafe se queixa de enfrentar dificuldades diariamente. Ele fala de problemas com a dúvida, com a inveja, ele se compara com outros que estavam em situação melhor que ele. Tudo isso o angustiava e ele não conseguia compreender o porquê de as coisas serem assim. “Em só refletir para compreender isso, achei que a tarefa era pesada demais para mim” (Sl 73.16). Eles não sofrem dores como eu. Não têm preocupações como eu tenho, tudo dá certo para eles. Eles tratam os outros com desprezo e, mesmo assim, tudo lhes vai bem.
Às vezes observamos as pessoas cometerem injustiças sem perder a felicidade e o bem-estar – e nós sofremos com diversas dificuldades e não conseguimos compreender o porquê disso tudo. Porém, observe como o salmista termina sua fala: Em só refletir para compreender isso, achei que a tarefa era pesada demais para mim; até que entrei no santuário de Deus e descobri qual seria o fim deles” (Sl 73.16-17, ênfase acrescentada).
Podemos entrar no santuário de Deus, nos dirigir a ele para derramar o nosso coração e transformar tudo em oração. A comunhão com Jesus consola. Quantos filhos de Deus dei- xam de ser consolados porque não buscam essa comunhão. “Até que entrei no santuário de Deus.” Só aqui começa a mudança. Se entramos no santuário, sentiremos alívio. Quando tudo parece se romper, Deus não nos abandonará. Ele não comete erros. Somente ele tem a última palavra.