O papel de Israel no conflito em torno das reservas de gás no Mediterrâneo

Quando o governo israelense de tempos atrás assumiu o poder, uma das mudanças políticas observadas ocorreu na política energética. Na ocasião, o premiê Netanyahu e seu ministro da energia, Yuval Steinitz, enfatizaram que a extração de gás natural das novas jazidas no mar Mediterrâneo oriental seria de máxima prioridade para Israel. Contrariamente a isso, a ministra da energia Karine Elharrar declarou, em dezembro de 2021, que no ano seguinte Israel não emitiria mais licenças para extração de gás natural dentro da zona econômica israelense. Em vez disso, ela enfatizou que 2022 seria “o ano das energias renováveis” e que o “gás natural pode esperar”. Agora Israel parece estar em meio a uma outra grande reviravolta em sua política de exportação de gás em 2022. Embora Elharrar tenha dito recentemente em uma entrevista que “o futuro energético do mundo seria verde, não gás”, a guerra na Europa no contexto da Ucrânia alterou mais uma vez os mercados de gás. As lutas na Ucrânia forçaram os europeus a desenvolver uma nova estratégia para obter as mesmas quantidades de gás, embora de novas fontes, porque quase 40% de seu fornecimento para a Europa provém da Rússia, que queria vingar-se dos governos europeus que apoiaram a Ucrânia nessa mais recente guerra. Em junho de 2022, representantes de alto escalão da UE começaram a visitar mais frequentemente países do Mediterrâneo oriental a fim de garantir seu acesso à melhor alternativa ao gás russo. Assim, por exemplo, a UE assinou tanto com Israel quanto com o Egito uma declaração de intenções prevendo um aumento das exportações de gás natural para a Europa. Israel, Chipre e Grécia poderiam realmente ajudar a Europa, bem como os países do norte e do leste da África, se houvesse disponibilidade da necessária infraestrutura para a extração e o transporte de gás.

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sumário Revista Chamada Dezembro 2022

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