O custo humano de uma Copa do Mundo

Em 2014, quando o Brasil sediou a Copa do Mundo, nosso país foi tomado por protestos, que começaram em 2013 com a Copa das Confederações. Muito se discutiu sobre os custos associados à construção de estádios e instalações num país com diversos problemas econômicos e sociais. Eis que a história continua se repetindo: em 2010 foi oficializado que o Qatar sediaria a Copa do Mundo de 2022. Desde então, muitas notícias de organizações que protegem os direitos humanos mostraram números chocantes. Segundo o jornal The Guardian, mais de 6 500 trabalhadores imigrantes faleceram por causa das condições precárias e subumanas de trabalho até o ano passado.[1] Por mais que o governo local afirme que as condições de trabalho melhoraram desde 2017, relatos continuam surgindo sobre a confiscação de passaportes, uma carga horária elevada, falta de pagamento e muito mais.[2] 

Quando a bola rolar pela primeira vez, em 20 de novembro, precisamos lembrar do custo que esse evento teve – não só financeiro, mas humano.

Notas

  1. Pete Pattisson et al., “Revealed: 6,500 migrant workers have died in Qatar since World Cup awarded”, The Guardian, 23 fev. 2021. Disponível em: https://www.theguardian.com/global-development/2021/feb/23/revealed-migrant-worker-deaths-qatar-fifa-world-cup-2022.
  2. “World Cup 2022: How has Qatar treated foreign workers?”, BBC News Services, 25 ago. 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/news/world-60867042.
sumário Revista Chamada Novembro 2022

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