Gás natural para a Europa

Rota proposta pelo projeto de gasoduto "EastMed".

O conflito da Ucrânia levantou uma discussão bastante acalorada na Europa sobre a questão energética. O gás é um dos principais tópicos, principalmente quando se trata de como se tornar independente da Rússia em termos energéticos. Já poucos dias após o início do conflito, em fins de fevereiro de 2022, entraram em pauta no Oriente Próximo as jazidas israelenses de gás natural, porque ninguém menos que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, levantou o tema. Isso aconteceu num momento em que, diante das novas constelações geopolíticas, ele buscava por todos os meios aproximar-se de Israel. Nesse estágio, Erdogan propôs que a Turquia poderia funcionar de certo modo como trampolim para as exportações israelenses de gás natural para a Europa. Já faz tempo que a Turquia e Israel superaram o gelo diplomático de mais de uma década, mas nunca se falara de Israel, Turquia e gás natural. Depois que, por meio do ministro alemão da economia e proteção ambiental, Habeck, a Europa foi justamente ao Qatar conseguir gás natural liquefeito e teve de encarar a crítica de “trocar um fornecedor totalitário por outro”, passa-se agora a discutir o gasoduto EastMed, que conduz gás de Israel via Chipre e Grécia para a Europa. Se isso será realmente uma alternativa técnica e financeiramente aplicável para a Europa, certamente ainda terá de ser averiguado. AN