A calefação da lontra

A calefação da lontra

As lontras marinhas conseguem suportar as baixas temperaturas da água em seu hábitat graças a um sistema especial de geração de calor. Pesquisadores descobriram que nesses animais a chamada respiração vazante nos músculos proporciona uma liberação de calor particularmente intensa. Trata-se aqui de um processo metabólico nas usinas de energia das células (as mitocôndrias), nos quais não se geram impulsos energéticos para movimentos, mas assim mesmo se libera energia calórica. Com isso também se dispensa o movimento muscular involuntário que provê o desenvolvimento de calor em caso de hipotermia nos seres humanos – o tremor.

A lontra marinha atinge valores máximos na respiração vazante: nela, o processo corresponde a até 40% de toda a capacidade respiratória. É daí que também se origina seu grande apetite. As lontras-marinhas ingerem diariamente animais marinhos cuja massa total corresponde a um quarto de todo o seu peso corporal. É evidente que grande parte desse alimento é utilizada para acionar sua calefação interna.

Uma questão possivelmente importante para a medicina é saber como as lontras marinhas regulam seu metabolismo muscular a fim de acionar seu aquecimento interno quando necessário. A regulagem do metabolismo tecidual é também uma importante área de pesquisa na luta contra a obesidade.

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sumário Revista Chamada Junho 2022

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