Por que devemos esperar

“Será que existe entre os ídolos dos gentios algum que faça chover? Ou podem os céus por si mesmos dar chuvas? Não és tu somente, ó Senhor, nosso Deus, o que fazes isto? Portanto, em ti esperamos, pois tu fazes todas estas coisas.” (Jr 14.22)

Todos nós já ouvimos versões da oração que diz assim: “Senhor, me ajude a ser paciente, e por favor, faça isso rápido”. Em minha vida, a lição sobre ser paciente provavelmente tem sido a mais difícil de aprender. Na verdade, preciso confessar que não aprendi essa lição muito bem, e tenho que constantemente reaprendê-la. Se eu tivesse que especificar o problema, este repousaria nas verdades trazidas pelo versículo acima.

Jeremias conhecia bem o que significa ter de esperar. Durante seu ministério, ele teve de falar em nome de Deus a um povo que se opunha à verdade. Suas palavras pareciam frequentemente ricochetear na superfície dos ouvidos de seus ouvintes. Além disso, ele teve de contender com falsos profetas, que diziam aos ouvintes ávidos aquilo que eles queriam escutar: os tempos ruins estavam prestes a acabar; os babilônios seriam derrotados; Deus viria ao resgate de Israel. Essas não eram as mensagens que Jeremias tinha recebido para proclamar.

Dado que Jeremias tinha uma mensagem impopular para pregar, ele tinha de ser um homem paciente para continuar a ser um arauto, dia após dia. Esse versículo chega ao cerne de por que podemos esperar no Senhor, entregando a ele nossa propensão a apressar as coisas ou a ver as questões mudarem da noite para o dia. O profeta apresenta duas questões sobre a forma como o mundo funciona. Na primeira, ele pergunta sobre os ídolos dos gentios. Poderia algum deles fazer chover? Isto é, há algum dos falsos deuses que seja poderoso o suficiente para afetar o clima, especialmente no que diz respeito à importante questão das chuvas e tempestades? A resposta óbvia é não!

A segunda questão é direcionada a Deus: a resposta a essas perguntas fundamentais quanto a quem provê as chuvas não é que o Senhor é o responsável? O que isso significa? Significa que Deus está bastante ativo em prover chuva para as plantas e para o ser humano. Ele é o Criador do mundo (e seus padrões climáticos), e ele pode ser abordado para agir em sua criação. Portanto (e essa é a lição principal), quando vamos a ele em oração pedindo por algo e precisamos esperar por isso, deveríamos estar contentes nessa espera, sabendo que fomos ouvidos. Uma vez que “fazes todas estas coisas”, tu, Senhor, não deverias ser constantemente pressionado por nossa impaciência. Antes, nós (para não dizer “eu”) devemos estar agora contentes em aguardar e – nesse mesmo espírito – aguardar é adorar!

Publicado comautorização do autor.

Paul Martin Henebury é professor de teologia sistemática e apologética. É autor do blog “Dr. Reluctant”, um dos principais recursos online acerca da teologia dispensacionalista.

sumário Revista Chamada Março 2022

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