A Maravilhosa Verdade do Arrebatamento

Quando nos envolvemos com as grandiosas verdades bíblicas sobre o plano de Deus para a história do mundo, só podemos ficar admirados. Chegará o dia em que o Pai dirá ao Filho para que busque a sua noiva. Esse será o momento em que cada crente em Jesus, não importando onde estiver, será levado às nuvens para ali encontrar-se com o Senhor e então chegar ao céu.

As consequências do arrebatamento

O arrebatamento da igreja cristã colocará o mundo todo de cabeça para baixo. Imaginemos a situação: como será possível para um mundo que não acredita na existência de um Deus que opera maravilhas explicar o súbito desaparecimento de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo? Os que ficarem para trás basicamente não admitirão que se trata do arrebatamento, mesmo que todos os desaparecidos tenham sido cristãos que criam na Bíblia. Não importa quais serão as declarações das autoridades, será tudo mentira. Ao mesmo tempo, o arrebatamento será o motivo que levará muitas pessoas a crerem em Jesus como o seu Salvador. Cônjuges, filhos, familiares, vizinhos e amigos que ouviram esses cristãos loucos falar sobre esse iminente súbito desaparecimento, certamente compreenderão esse acontecimento. Muitos deles crerão em Jesus após o arrebatamento, e até ainda antes do início do período de sete anos de tribulação. Acontece que entre o arrebatamento, o qual assinalará o fim da era da igreja, e o início da tribulação, após o acordo firmado entre o revivificado Anticristo romano e a nação de Israel, ainda se passará um certo tempo (veja Dn 9.24-27). Esse período de tempo poderá durar dias, semanas, meses ou até anos. Aquele que ainda detém a situação, o Espírito Santo, que habita na igreja cristã (veja 2Ts 2.6-8), será então “afastado” juntamente com a igreja e possibilitará assim que o Anticristo, ou o homem da iniquidade, assuma o poder. De acordo com Apocalipse 7.9, no entanto, ainda durante a tribulação centenas de milhões de pessoas se converterão.

A atitude correta diante do arrebatamento

Assim, qual é a atitude correta do crente, enquanto a noiva espera pelo seu Noivo? Primeiramente, nossa atitude não será boa se esperamos pelo maravilhoso arrebatamento para nos livrarmos de responsabilidades terrenas. Eu me recordo de meus tempos de estudo no seminário, quando um colega me falou antes de uma prova de grego: “O arrebatamento neste momento me pouparia muitos problemas”. O arrebatamento é uma fuga da ira divina, e não um desvio de nossas responsabilidades. Sim, pois “também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23). Isso ocorre porque conhecemos o sofrimento de vivermos sob a maldição de um mundo decaído e por esperarmos diariamente pela renovação do corpo, esta que receberemos por ocasião do arrebatamento. Em todas as cartas do Novo Testamento, podemos ler as mensagens incentivadoras de como a iminente volta do Noivo para sua igreja nos ajuda a permanecermos firmes na fé e honrarmos a ele. Fico tocado especialmente pela afirmação do apóstolo Pedro, em 1Pedro, capítulo 1. Com frequência, ele incentiva seus coirmãos na fé judeus a suportarem suas dificuldades atuais com vistas à futura herança que receberão por meio de Cristo. No versículo 4, ele diz que nossa herança está “reservada nos céus para [nós]”. No versículo 5 consta que temos reservada “a salvação preparada para ser revelada no último tempo”, e que esta “result[ará] em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo. Mesmo sem tê-lo visto vocês o amam. Mesmo não o vendo agora...” (v. 7-8).

Pedro incentiva os crentes com as palavras: “Por isso, preparando o seu entendimento, sejam sóbrios e esperem inteiramente na graça que lhes está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo” (v. 13). Vemos que a base de Pedro é a mesma do que a de todos os autores do Novo Testamento, ou seja, incentivar os crentes a permanecerem firmes no presente, enquanto lançam o olhar ao futuro com Cristo. Isso vai de encontro ao modo de pensar de muitos membros da igreja cristã atual, cuja opinião é de que não se deva falar sobre profecia bíblica e sobre o futuro, mas que seria melhor se nos preocupássemos só com os problemas da atualidade. Isso está errado! Os autores inspirados do Novo Testamento sabiam que a vontade de Deus é que a igreja mantenha o olhar firme sobre o caminho dos cristãos no futuro, para que os crentes na atualidade possam ter grande confiança e esperança. O apóstolo João teve a mesma ideia quando disse: “Amados, agora somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E todo o que tem essa esperança nele purifica a si mesmo, assim como ele é puro” (1Jo 3.2-3). Tanto Pedro quanto João incentivam seus rebanhos a fixarem sua atenção na futura volta de Cristo, que será a consequência de uma vida agradável a Deus no presente (1Pe 1.13; 1Jo 3.3). Se uma pessoa crente está consciente de sua identidade em Cristo e sabe para onde se encaminha com Cristo e está ciente das consequências, como essa pessoa não viveria para Cristo no presente? Parte disso deve-se ao problema de que muitos crentes não se preocupam com quais seriam as consequências da doutrina do Novo Testamento nesse sentido. Na lógica do Novo Testamento, o futuro age sobre a vida presente do crente.

Que acontecimento maravilhoso será o arrebatamento para todos os crentes ainda vivos, mesmo para aqueles que não contam que isso possa acontecer a qualquer momento. Será maravilhoso porque nossa salvação então será consumada, porque subitamente tudo aquilo que a igreja esperava será realidade; e também acontecerá nosso primeiro encontro com o Salvador, face a face. A maravilhosa esperança do arrebatamento deveria ser realidade na vida de cada crente, pois o que está escrito nas cartas dos apóstolos vale ainda hoje, tanto quanto outrora. É essa maravilhosa esperança que nos leva a viver por Cristo aqui e agora, e a determinar nossas prioridades tendo em vista os valores da eternidade, pois sabemos que estamos a caminho de “uma herança que não pode ser destruída, que não fica manchada, que não murcha e que está reservada nos céus para [nós]” (1Pe 1.4). Maranata! 

Thomas Ice é Ph.D. pelo Tyndale Theological Seminary. Autor de aproximadamente 30 livros, também é um renomado conferencista.

sumário Revista Chamada Fevereiro 2022

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