Profecia de Ezequiel voltando à vida

“Então profetizei como me havia sido ordenado. Enquanto eu profetizava, houve um ruído, um barulho de ossos que batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso. Olhei, e eis que apareceram tendões sobre os ossos, cresceram as carnes, e eles se cobriram de pele. Mas não havia neles o espírito. Então ele me disse: ‘Profetize ao espírito. Profetize, filho do homem, e diga ao espírito: Assim diz o Senhor Deus: “Venha dos quatro ventos, ó espírito, e sopre sobre estes mortos, para que vivam”’. Profetizei como ele me havia ordenado. O espírito entrou neles, eles viveram e se puseram em pé. Formavam um exército, um enorme exército.” (Ez 37.7-10)

A restauração do povo de Israel em sua pátria bíblica é um dos eventos mais profetizados na Bíblia. O reestabelecimento de Israel, em 1948, foi um cumprimento de profecia, e não apenas de uma ou duas profecias. Em seus sérios estudos sobre profecia bíblica, por volta dos anos 1600, Sir Isaac Newton escreveu que isso foi predito “por todos vós profetas”.^[1] No século XVII, Newton fez cálculos estimativos para as datas do retorno desse povo, baseado em números indicados no livro de Daniel, dizendo que a ordem para retornar e reconstruir Jerusalém seria dada em 1895 ou 1896 (de fato, foi em 1897, no Congresso de Basileia) e que isso se concretizaria em 1944.^[2] Ele chegou perto! 

No entanto, conforme a visão de Ezequiel, a ressurreição física precede a espiritual.

Israel pode estar reestabelecido, os ossos secos do pós-Holocausto podem ter sido restaurados, mas o segundo estágio do reavivamento espiritual ainda não ocorreu.

“Então ele me disse: ‘Filho do homem, esses ossos são toda a casa de Israel. Eis que dizem: “Os nossos ossos estão secos, perdemos a nossa esperança, fomos exterminados.” Portanto, profetize e diga-lhes: Assim diz o Senhor Deus: “Eis que abrirei as sepulturas de vocês e os farei sair delas, ó povo meu, e os levarei de volta à terra de Israel. Vocês saberão que eu sou o Senhor, quando eu abrir as sepulturas de vocês e os fizer sair delas, ó povo meu. Porei em vocês o meu Espírito, e vocês viverão. Eu os estabelecerei na sua própria terra, e vocês saberão que eu sou o Senhor. Eu falei e eu o cumprirei, diz o Senhor”’ (Ez 37.11-14).

A história da restauração de Israel é tanto física como espiritual

O predito reestabelecimento do Estado judeu ressurgiu das cinzas do Holocausto, e o reavivamento espiritual prometido está iniciando. Assim como a restauração física de Israel aconteceu em estágios (Declaração de Balfour – 1917, San Remo – 1920, Liga das Nações – 1922, Resolução da ONU – 1947 e Declaração de Independência – 1948^[3]), assim vemos a vida espiritual sendo soprada de volta no povo, devido a diversos acontecimentos significativos e observáveis.

Assim como veio o momento inevitável, quando a maior parte da população judaica se mudou dos EUA para Israel, o centro de gravidade para o mundo messiânico está mudando. O crescimento exponencial de crentes messiânicos em Israel não acontece mais apenas pela imigração, porém, mais do que nunca, israelenses natos estão aceitando Yeshua como o Messias, em números sem precedentes. Deus está revivificando o povo de Israel.

Crescimento desde 1948

1. Em 1948, havia aproximadamente dez milhões de judeus ao redor do mundo que tinham sobrevivido ao Holocausto, e cerca de 600 mil viviam em Israel. Destes, apenas 23 criam em Yeshua como o Messias. Havia algumas igrejas mantidas por denominações e missionários em Israel, mas não havia nenhuma congregação messiânica.
2. Em 1989, a população de judeus em Israel havia crescido para 3,5 milhões e, a essa altura, o número estimado de crentes chegou a 1 200. Então havia trinta congregações.
3. Em 1999, havia 4,8 milhões de judeus morando em Israel e 81 congregações messiânicas, com a estimativa de cerca de cinco mil crentes.
4. Em 2017 foram contadas trezentas congregações numa pesquisa conduzida pelo Israel College of the Bible, feita com o objetivo de conseguir um quadro mais claro sobre o corpo do Messias em Israel. Tornou-se muito difícil identificar com exatidão o número de judeus crentes em Israel, mas uma estimativa conservadora agora é de 30 mil.

O crescimento não tem sido linear, mas exponencial

Hoje, quase todos aqueles com quem falamos já ouviu falar desse crescente movimento de judeus messiânicos em Israel. Testemunhos de judeus crentes e respostas comuns às objeções à fé podem ser facilmente encontrados tão logo alguém começa a procurar pelo Messias. É o que tem acontecido com vertiginosa frequência. Dos 8,8 milhões de israelenses, sete milhões são judeus, mas nossos vídeos evangelísticos no idioma hebraico têm tido mais de 14 milhões de visualizações!

“Venha dos quatro ventos, ó espírito!” 

Assim como Ezequiel recebeu a incumbência de Deus para ordenar a vinda do espírito “dos quatro ventos”, para soprar a vida de volta aos corpos físicos de Israel, assim o evangelho retornou de todos os quatro cantos da Terra para o seu local de origem. As nações da Terra têm um papel a cumprir na restauração física e espiritual de Israel, e Deus promete que elas também serão muito abençoadas pela eventual restauração de Israel, que acontecerá.

É como Paulo escreve em Romanos 11.12: “Ora, se a transgressão deles resultou em riqueza para o mundo, e a diminuição deles resultou em riqueza para os gentios, quanto mais a plenitude deles!”.

Estudiosos dos séculos XVII e XVIII podiam dizer com confiança que as promessas de Deus para a restauração de Israel certamente aconteceriam e, semelhantemente, podemos saber que, de acordo com a Bíblia, Deus ainda não terminou sua obra com Israel. Nenhuma das palavras de Deus cairá por terra! Nós estamos numa posição muito privilegiada, podendo acompanhar tantas profecias acontecendo em nossos dias, incluindo os empolgantes acontecimentos na expansão do corpo messiânico judeu em Israel, mas ainda há muito para acontecer. Muito mais!

“Porque não quero, irmãos, que vocês ignorem este mistério, para que não fiquem pensando que são sábios: veio um endurecimento em parte a Israel, até que tenha entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: ‘O Libertador virá de Sião e afastará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados’... Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre. Amém!” (Rm 11.25-27,36).

oneforisrael.org

Notas

1. S. Snobelen, “‘The Mystery of This Restitution of All Things’: Isaac Newton on the Return of the Jews”, p. 99.
2. Ibid., p. 108.
3. Houve diversos estágios-chave para a reforma legal do Estado de Israel:
   1. A Declaração de Balfour, 1917: o Reino Unido, apoiado por quatro outras nações, declarou uma pátria para os judeus na Palestina após derrotar os turcos.
   2. San Remo – Artigo 22, abril de 1920: a Declaração de Balfour foi ratificada como lei internacional.
   3. A Liga das Nações, 1922: O documento legal com o título “Mandato para a Palestina” foi aprovado unanimemente por todos os 51 estados da Liga, determinando os direitos legais dos judeus na Palestina: “Reconhecimento dado à histórica conexão do povo judeu com a Palestina e para as bases da reconstituição de sua pátria nacional naquele país”.
   4. Resolução 181 da ONU: os estados membros da ONU votaram para repartir a Palestina em 1947, porém com uma área menor para os judeus. O Mandato para a Palestina original havia atribuído a área ao leste do rio Jordão aos árabes e o oeste aos judeus, mas a Resolução da ONU atribuiu 77% dessa área como a pátria dos judeus.
   5. A invasão dos países árabes vizinhos, em 1948, e a surpreendente derrota destes levou Israel a declarar a independência em maio daquele ano.