Redução dos abismos entre judeus e árabes

Foi uma boa notícia que, após três anos e meio sem orçamento federal, a nova coalizão conseguiu aprovar um orçamento. Trata-se de uma vitória da coalizão, mas o verdadeiro vencedor é Mansour Abbas, dirigente do partido Ra’am, ligado ao Movimento Islâmico. Esse dentista de quase 50 anos de idade, natural de Maghar, na Galileia, membro do Knesset desde 2019, ingressou na campanha eleitoral com o objetivo de melhorar a situação de vida dos cidadãos israelenses árabes, sejam eles muçulmanos, cristãos, drusos, circassianos ou outras minorias, como os beduínos, por exemplo. Há quem afirme que o novo orçamento federal de Israel para 2022 reflita o papel do Ra’am como fiel da balança, a quem na verdade a coalizão deva sua posição majoritária. Outros veem nisso a resposta prementemente necessária às agudas demandas da população árabe, que poderiam transformar-se numa ativa bomba-relógio. Trata-se aí de melhoramentos de infraestrutura, incluindo ruas e passando por remoção de lixo, energia elétrica e construção civil até educação, assistência social e emprego. No orçamento, essas demandas estão contempladas com a impressionante quantia de 30 bilhões de siclos, o que corresponde a cerca de 8,4 bilhões de euros. Grande parte desse valor deverá ser aplicado em empreender programas criadores de oportunidades por meio da educação. Não se pretende dar o peixe à população, mas o famoso anzol, para que acabe por se tornar mais produtiva por iniciativa própria, permitindo assim a longo prazo uma redução das verbas assistenciais. O premiê Naftali Bennett opinou a respeito que “já é hora de ajudar a população árabe em todas as áreas da vida a fim de diminuir os abismos existentes na sociedade judia”.

sumário Revista Chamada Fevereiro 2022

Confira