Tartaruga com GPS

No princípio, criativo - Tartaruga com GPS

Mesmo ainda jovens, as tartarugas marítimas são especialistas em navegação. Logo após saírem do ovo, as tartarugas marítimas comuns (Caretta caretta) iniciam uma grande viagem. Sem acompanhamento de adultos, esses animais nadam uma vez ao redor do Atlântico Norte no sentido horário e, após cerca de 12 000 km, chegam novamente ao ponto de partida. Em seu deslocamento, eles sabem constantemente onde se encontram, mesmo que a costa mais próxima esteja a centenas de quilômetros de distância. A chave para a navegação está na sua sensibilidade para detectar as mínimas diferenças no campo magnético terrestre. Com isso, eles não só reconhecem a latitude geográfica, mas também a longitude, segundo informam Nathan Putman e Kenneth Lohmann, da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill (EUA), no jornal técnico Current Biology.[1]

Já anteriormente o sentido de orientação das tartarugas marítimas foi estudado por pesquisadores americanos, os quais descobriram que esses animais são providos de um sensor genético que registra o campo magnético terrestre. Suas linhas de campo, um parâmetro para a orientação magnética, correm paralelamente à superfície terrestre junto ao Equador, mas sempre mais inclinadas em direção aos polos. No entanto, ainda não se sabe como os animais conseguem determinar sua posição no sentido Leste-Oeste. Os pesquisadores americanos imaginam que também para isso os animais utilizam informações magnéticas.

“Quase todas as regiões ao longo da rota de deslocamento se destacam por sua combinação única de inclinação e intensidade das linhas de campo”. Putman e Lohmann colocaram tartarugas marítimas recém-nascidas em um tanque escuro com uma corda, e envoltas em um ambiente com imitação de condições magnéticas de várias regiões do Atlântico, com o auxílio de computadores. Quando eram simuladas as características típicas do campo magnético da região da Costa Rica, então as pequenas tartarugas nadavam em direção ao nordeste. Ao contrário, com um campo magnético semelhante ao da região das ilhas de Cabo Verde, os animais nadavam em sentido sudoeste. Isso demonstra que as tartarugas marítimas utilizam seu senso magnético tanto para as informações de latitude como de longitude e assim conseguem navegar com segurança no oceano. Uma observação: o chamado “problema de longitude” foi, durante muito tempo, o principal obstáculo para que o homem pudesse realizar determinadas viagens mais longas em mar aberto.

Nota

  1. “Magnetsinn leitet Schildkröten”, ntv.de, 25 fev. 2011. Disponível em: https://www.n-tv.de/wissen/Magnetsinn-leitet-Schildkroeten-article2707621.html.
sumário Revista Chamada Fevereiro 2022

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