Haifa, Israel Novembro de 2021

As três festas do Senhor no sétimo mês (isto é, no mês Tishri de acordo com o calendário bíblico), conforme foram determinadas por Deus ao povo de Israel em Levítico 23.23-44, contêm algo misterioso em seu significado profético.

O que hoje os judeus comemoram como Rosh Hashaná, ou festa de ano novo, na Bíblia consta como Zichron Truah, o que é muitas vezes traduzido por “trombetas” ou “sopro de ruído”. No entanto, nada é dito sobre aquilo de que deveríamos ser lembrados. Esse feriado é o único cujo real significado permanece oculto, e nisso consiste o mistério.

No Novo Testamento vemos uma série de mistérios, os quais são todos revelados para nós em Jesus Cristo. Um mistério, porém, não é totalmente revelado, qual seja, o mistério de 1Coríntios 15.51-52, onde lemos: “Eis que vou lhes revelar um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”.

Paulo diz o que acontecerá junto com a última trombeta, mas não diz quando isso acontecerá. A data permanece oculta para nós. De fato, temos indicações, por exemplo, no sermão do monte que Jesus pregou aos seus discípulos na última semana antes da sua morte, quando ele lhes falou sobre os últimos acontecimentos, mas não revelou a data exata em que ocorreriam.

O que Pedro falou sobre os profetas do Antigo Testamento, em relação a esse dia ainda não revelado, também se refere a nós: “...investigando qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas que eram indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava...” (1Pe 1.11). É bom observarmos os sinais dos tempos e estarmos atentos às ações de Deus no presente. Será que a pandemia do Coronavírus não seria um recado de Deus? Essa pandemia notavelmente atingiu o mundo todo. Nenhuma nação da terra ficou livre dela. Assim também a volta de Cristo será um evento que atingirá toda a humanidade – não como foi por ocasião da primeira vinda de Jesus, quando envolveu primeiramente o povo de Israel.

É interessante que Levítico 23 também não esclarece o que o sopro das trombetas deveria trazer à nossa memória. Naturalmente, naquela época havia muitas coisas a serem recordadas pelos israelitas – assim como também para nós, hoje – muitas coisas das quais devemos sempre e de novo nos lembrar. Como aquilo a que o salmo 103 nos conclama: “Bendiga, minha alma, o Senhor, e não se esqueça de nem um só de seus benefícios” (v.2).

Todavia, mesmo que Levítico 23 não revele aos israelitas aquilo de que deveriam lembrar, ainda assim havia muitíssimo a ser lembrado com gratidão por eles. Quando Moisés começou a preparar o povo para a sua despedida, ele os incentivou muito a se lembrarem das coisas boas que Deus fez pelo seu povo e as que ainda faria. Ele disse: “Tenham o cuidado de não esquecer o Senhor, que os tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Dt 6.12).

No final do livro de Deuteronômio lemos: “Nunca mais se levantou em Israel um profeta como Moisés...”. Contudo, já no final do capítulo 31 ele havia previsto o fracasso de Israel. Por quê? Porque o povo rapidamente se esquecia dos grandes feitos de Deus.

Tanto Israel, como nós, os crentes na Nova Aliança, temos todos os motivos para nos lembrarmos dos grandes feitos de Deus e jamais esquecê-los.

Com esse lembrete eu vos saúdo cordialmente com Shalom!

Vosso Fredi Winkler.

 

Fredi Winkler é guia turístico em Israel e dirige, junto com a esposa, o Hotel Beth-Shalom, em Haifa, que é vinculado à missão da Chamada.

sumário Revista Chamada Novembro 2021

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