Vinte anos depois

Faz agora vinte anos que, no dia 11 de setembro de 2001, terroristas islâmicos lançaram aviões de passageiros contra as torres do World Trade Center. As lições que na ocasião extraímos daquele pavoroso evento continuam valendo até hoje.

Há vinte anos uma enxurrada de informações, relatos, notícias e comentários inundou a mídia. As pessoas eram informadas a respeito dos terríveis atentados terroristas em Nova York e Washington o tempo todo, dia e noite. Expuseram-se todos os possíveis motivos e as providências a serem eventualmente tomadas. Muitos tiveram medo de uma guerra incalculável.

O mundo inteiro ficou abalado e sofreu com aquilo. Declarou-se irrestrita solidariedade aos americanos. Todos os políticos foram unânimes sobre o fato de que aqueles ataques haviam atingido o mundo livre e que nada mais seria como antes. Todos os possíveis comitês de crise de países, a OTAN, a ONU e a UE se reuniram para deliberar sobre a deplorável situação e suas consequências.

Na ocasião, alguns comentaristas na mídia chamaram aquela covarde agressão aos Estados Unidos de “evento apocalíptico”. Quando vimos os destroços fumegantes das torres gêmeas do World Trade Center, que antes se elevavam às alturas, aquilo – que se desenrolou inteiramente no intervalo aproximado de uma hora – nos lembrou também de Apocalipse 18, onde se fala de um juízo súbito em uma hora. Parecia uma advertência de Deus.

O Senhor Jesus disse a respeito dos tempos que precedem o seu retorno: “Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras...” (Mt 24.6). As duas primeiras guerras mundiais deixaram milhões de mortos entre soldados e civis. Pouco depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, o presidente americano na ocasião, George W. Bush, declarou guerra total ao terror. “Estamos em guerra. Encontraremos e puniremos o culpado”. Seguiram-se guerras arrasadoras no Iraque e no Afeganistão, que hoje muitos especialistas consideram terem sido sem sentido. Bem recentemente, o presidente americano, Joe Biden, retirou muito discretamente as últimas tropas americanas do Afeganistão.

Os acontecimentos em torno do 11 de setembro mostraram-nos de modo impressionante e assustador a verdade das palavras de Jesus quando profetizou que a grande tribulação sobreviria a toda a população mundial como uma armadilha, de modo surpreendente e súbito (Lc 21.35). Vinte anos depois, não deve ser ousado demais dizer que cada vez mais se manifesta o que o Senhor disse sobre o pavor da humanidade: “Haverá pessoas que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo, pois os poderes dos céus serão abalados” (Lc 21.26). Uma tradução um pouco mais livre diz: “Os homens esperarão meio mortos de medo as catástrofes que ainda sobrevirão à terra, porque toda a ordem celeste desmoronará”.

O que apavorou e apavora tanto a humanidade, naquela época e hoje, é a incerteza, pois ela não tem diretriz para a vida, nenhuma esperança, nenhum salvador. Como podem considerar-se felizes nessa situação os cristãos que têm uma união viva com Jesus Cristo!

O que Deus quer

Por trás de todos os acontecimentos mundiais há um Deus poderoso e nada fica por conta do acaso. A respeito desse Deus, lemos que ele faz cessar as guerras até os confins do mundo (Sl 46.9) e que os seus planos se realizam: “O Senhor frustra os planos das nações e anula os intentos dos povos. O plano do Senhor dura para sempre; os intentos do seu coração, por todas as gerações. Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para a sua herança” (Sl 33.10-12).

Três pontos ficam evidentes aqui: primeiro, que os planos dos povos são frustrados; segundo, que os planos do Senhor, em contraste, permanecem eternamente e se realizarão, por maior que seja a confusão; e terceiro, que a esse respeito é feliz a nação que o Senhor tiver escolhido como herança. E isso é, sem a menor dúvida, Israel. Esse povo é e permanece amado por Deus por causa dos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó).

Em última análise, tanto a política mundial quanto os planos e a atuação salvadora de Deus giram em torno do povo judeu, e isso tanto mais quando mais se aproxima o fim da era da igreja. Porque com tudo o que acontece por este mundo afora, seja há vinte anos, seja hoje, importa a Deus empossar seu rei na terra e entregar-lhe os reinos do mundo.

É interessante que, após a onda de terror nos EUA, o Pai Nosso foi rezado, lido ou cantado em inúmeros lugares de todo o mundo democrático, em igrejas e em praça pública. Dois dos pedidos que fazem parte dele são: “Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Essa oração acerta na mosca ao contar com a vinda do reino de Deus sobre a terra e o cumprimento da sua vontade no céu e na terra. E esse reino não foi entregue a ninguém outro, mas somente ao Filho de Deus!

“Pois nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1.16). Por isso, uma vida sem Jesus não faz sentido. Muitos jovens se perguntam: “Afinal, para que eu existo?”. A resposta é: para Jesus e seu reino! Uma humanidade sem um verdadeiro sentido para a vida em Cristo tem medo. Quem, porém, pertence a Jesus, repousa na certeza do seu futuro. Então o futuro dele será também o seu futuro e você experimentará aquilo que um hino expressa assim: “Um dia verei Jesus e então entenderei o que até agora não entendi, quando Deus tornar visível o seu reino.”

Hoje percebemos com clareza cada vez maior que a era da igreja se aproxima do fim e que o Senhor Jesus voltará em breve para sua igreja. Ele profetizou que “quando estas coisas começarem a acontecer, levantem-se e fiquem de cabeça erguida, porque a redenção de vocês se aproxima” (Lc 21.28). Por isso, todo filho de Deus deveria tomar pessoalmente o propósito de que “Jesus seja tudo para mim”! Maranata, vem, nosso Senhor!

Norbert Lieth é autor e conferencista internacional. Faz parte da liderança da Chamada na Suíça.

sumário Revista Chamada Novembro 2021

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