Jerusalém

Jerusalém era a capital de Israel. Em nossos tempos, onde tanto se fala de fake news, convém registrar os fatos, e este é o primeiro: Jerusalém já era a capital de Israel há três mil anos. Não há como negar isso.

Jerusalém é a capital de Israel. Este é o segundo fato. Quem poderia negá-lo? É muito bom que a Embaixada Cristã Internacional em Jerusalém já tenha sua sede ali desde 1980. Naquela ocasião, 13 países haviam transferido suas embaixadas para Tel Aviv. O petróleo árabe pesava mais que o direito e a justiça. Ainda bem que havia cristãos conscientes do futuro de Jerusalém.

Jerusalém é a futura capital de Israel. A Bíblia descreve o caráter especial dessa cidade. Ela é a cidade “do nosso Deus” (Sl 48). Ali ela é descrita no versículo 3 como “a cidade do grande Rei”. O evangelho de Mateus (5.35) retoma essa expressão e confirma Jerusalém como a “cidade do grande Rei”. Que título! E que perspectiva!

Jerusalém, capital de ninguém outro. Jerusalém nunca foi capital de nenhum outro país. Este é o quarto ponto a registrar. É verdade que por períodos limitados a cidade foi incorporada, abusada e pisoteada por várias potências. Para estas, bastava destruí-la. Ninguém nunca teve interesse em proclamá-la capital de algo – nem os jordanianos, quando ocuparam o bairro judeu e destruíram todas as sinagogas em 1948.

Jerusalém, eternamente a cidade de Deus. Jerusalém nunca será capital de nenhum outro país. Para os romanos, Roma é a cidade eterna, mas a cidade eterna de fato é Jerusalém: Jeová, o Deus de Israel, habitará eternamente em Jerusalém (cf. 1Cr 23.25). Seu nome repousará eternamente sobre essa cidade (2Cr 33.4,7).

Jerusalém não será esquecida. Somente aquele que está acima do tempo e do espaço pode anunciar eventos no futuro remoto por meio dos seus profetas como se já tivessem acontecido. Os profetas falam do futuro de Jerusalém mediante uma firme assertiva: ela não pode ser superada em sua fidelidade e imutabilidade. A profética promessa amorosa de Deus é tocante. Assim, o profeta Isaías escreve, dirigindo-se a Jerusalém: “Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa esquecê-lo, eu não me esquecerei de você! Veja, eu gravei você nas palmas das minhas mãos; seus muros estão sempre diante de mim” (49.15-16).

Jerusalém como caminho. Para Deus, a realidade passada, presente e futura está manifesta. Realista é quem se volta para essa revelação. Aqueles que planejam ataques astuciosos e denigrem a terra de Israel poderiam (se não se afastassem arbitrariamente da vontade de Deus) estudar aqui a inutilidade das suas conspirações, e assim também os bons caminhos que o Deus de Israel lhes franqueia. Porque este é o seu caminho para Israel e sua vontade para os homens e as nações: “Também farei de você uma luz para os gentios, para que você leve a minha salvação até os confins da terra” (Is 49.6).

Buscar a verdade. Por menor que seja o valor que se dê aos fatos, por mais distante que possa parecer uma conversão das nações ao Deus eterno – tanto aqui nos detalhes como lá nas grandes questões –, sempre há gente capitulando diante das informações. Temos aí a história do xeique Mahmoud Jaber, de Hebrom, que cedeu ao impulso de buscar a verdade. Na escola, em casa, em toda parte, o ódio aos judeus era o seu “pão de cada dia”. “Eu queria massacrar os judeus”, lembra-se. Aos 17 anos de idade, ele quis, junto com um amigo, detonar um carro carregado de explosivos na frente de uma base militar. No caminho para lá, foram interceptados por uma patrulha. Perguntados sobre a origem e o destino deles, não tiveram ideia melhor do que dizer que estavam à procura de algo para comer.

Os soldados israelenses não suspeitaram de nada e arranjaram para eles uma refeição quente da cantina. Os dois se encararam. A trama de mentiras começou a se desvanecer. “Eu buscava a verdade”, diz Mahmoud. Hoje ele tenta afastar as pessoas do ódio a Israel, manifestando abertamente sua opinião e contestando a mentira. Por isso ele foi agora preso pelo serviço de segurança palestino, acusado de “colaboração com Israel”. É melhor procurar a verdade numa prisão palestina do que sustentar a mentira fora dela. Será bom orar por Mahmoud e os numerosos palestinos presos que se afastam do ódio. Tudo indica serem mais do que geralmente se supõe.

Thomas Lachenmaier

Thomas Lachenmaier é diretor editorial da revista cristã Factum, que informa sobre os acontecimentos na política e na sociedade de uma perspectiva cristã. É formado em ciências políticas e sociologia.

sumário Revista Chamada Maio 2020

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