Haifa, maio de 2021

Os Dez Mandamentos, que constituem a base da aliança de Deus com o povo de Israel no Sinai, tornaram-se de certo modo a base geral de todas as leis civis, e com isso um patrimônio da humanidade. No entanto, em geral se ignora o fato de Deus ter celebrado na terra de Moabe mais uma aliança com o povo que escolheu como sua propriedade especial, antes que este entrasse na Terra Prometida (Dt 29.1). Nessa aliança adicional, que compreende os capítulos 26-31, o assunto é a posse da terra. Embora Deus tivesse prometido a terra de Canaã a Abraão, Isaque e Jacó e aos descendentes deles, a posse definitiva da terra está claramente vinculada a condições como as que Deus submeteu ao povo de forma tão séria por meio de Moisés ao celebrar a aliança em Moabe.

Hoje as opiniões divergem quando se trata da questão do direito de posse da tão disputada terra de Israel ou Palestina (como outros a chamam) ou Canaã (como é também chamada na Bíblia). Afinal, a quem ela pertence? Existem aqueles que afirmam com plena convicção: é claro que ao povo de Israel, conforme a promessa de Deus! Certamente é de fato assim, e aqueles que creem na verdade e confiabilidade da Bíblia enxergam justificadamente o retorno do povo de Israel como prova disso. No entanto, é compreensível que a Bíblia não possa ser usada como registro de imóveis quando se trata do direito de propriedade da terra.

Dos capítulos de Deuteronômio citados acima depreende-se que Deus estabeleceu condições de nível muito elevado para a posse permanente da terra. Ao ler atentamente esses capítulos, descobre-se que esta não depende de uma política inteligente ou de um exército forte, mas de algo muito além disso, ou seja, da obediência aos mandamentos de Deus.

Um aspecto interessante, então, é que essa aliança teve de ser selada após a entrada na terra de Canaã com ameaças de maldição que sobreviriam aos israelitas caso não obedecessem aos mandamentos de Deus (Dt 27.12-26).

Por outro lado, porém, também lhes foram prometidas bênçãos caso vivessem obedientemente de acordo com os mandamentos de Deus (Dt 28.1-14). Essas promessas de bênção são de um porte tão extraordinário que é simplesmente espantoso. Garante-se ali de modo sobrenatural a segurança da terra e do povo em consequência da obediência aos mandamentos de Deus (v. 7).

Aquilo que Moisés ainda comunicou ao seu povo praticamente como último legado vale – evidentemente – antes de tudo para o povo de Israel. Para além disso, porém, certamente tem sua aplicação também para qualquer outro povo dentro dos seus limites, bem como pessoalmente para cada indivíduo. A obediência aos mandamentos de Deus é e permanece a base da bênção e do bem-estar para toda a humanidade.

Infelizmente, porém, os homens costumam procurar a ausência de bênção em toda espécie de causas, exceto em seu mau procedimento perante Deus e seus mandamentos. Todavia, nesses capítulos Deus abriu um caminho para um sucesso que supera qualquer outra coisa, aberto para todos, mas em primeiro lugar para Israel, o povo da sua aliança.

Eu gostaria que muitos lancem mão por meio da fé dessa irresistível “arma secreta” de Deus, em especial, contudo, também o seu povo de Israel.

Consciente daquilo que libera essa poderosa bênção de Deus, saúdo-os cordialmente com shalom.

Fredi Winkler é guia turístico em Israel e dirige, junto com a esposa, o Hotel Beth-Shalom, em Haifa, que é vinculado à missão da Chamada.

sumário Revista Chamada Maio 2021

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