Norbert Lieth
O coronavírus continua sendo o tema que em geral se sobrepõe a todos os outros. São numerosos os comentários, as discussões, entrevistas com especialistas e políticos ou rodas de conversa em torno do vírus, mas em toda parte Deus e sua Palavra ficam do lado de fora.
Isso me lembra das palavras do Senhor quando disse: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3.20). Não seriam esses eventos dos nossos tempos “batidas” do Senhor na porta do mundo ou até na porta do nosso coração?
Observamos o desalento das pessoas. Aquele homem que pensava controlar tudo passou a ser controlado e abalado pelos acontecimentos. O medo pode ser justificado, bem como as precauções das autoridades para a proteção da população. Há grandes esforços, e nós deveríamos fazer o melhor que podemos para facilitar a situação. Entretanto, a histeria que desponta aqui e ali também revela o desalento da nossa sociedade. Como é fácil perder o chão debaixo dos pés! Com que rapidez perdemos a sustentação! De repente nos damos conta que uma microscópica partícula consegue descontrolar o mundo inteiro. De repente as nossas limitações aparecem diante dos nossos olhos. O ser humano se abala por não ter sustentação em Deus. Jesus aponta isso em uma parábola quando compara a vida não alicerçada nele com uma casa construída apenas sobre a areia. Quando sobrevêm chuva, correntezas e ventos, ela não tem sustentação e desmorona (Mt 7.26-27). Isso não significa que ter Deus ao nosso lado nos dispense de sermos cuidadosos ou que não devamos assumir nossa responsabilidade. Não, mas com o Onipotente temos um “parapeito diante do abismo”. Jesus compara isso com uma casa construída sobre a rocha, que não desmorona sob chuva, correntezas e temporais (Mt 7.24-25). A Palavra de Deus diz: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre” (Hb 13.8). Outra passagem diz: “‘Eu sou o Alfa e o Ômega’, diz o Senhor Deus, ‘o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso’” (Ap 1.8). Em todas as épocas Jesus foi a esperança para aqueles que nele creem. O mundo não foi entregue a si mesmo, mas àquele que sempre foi, continua presente agora e que voltará.
Em toda essa situação de pandemia manifesta-se a atualidade da Palavra de Deus. Assim, por exemplo, a Bíblia diz: “Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo...” (Lc 21.26). O medo também transborda, quanto ao coronavírus, para aquilo que ainda se espera. Como se desenvolverá tudo isso? Que consequências danosas resultarão disso? Quais serão os reflexos econômicos?
Deus nos desperta e sacode para que não passemos a eternidade sem ele por dormirmos no tempo da graça que nos é oferecido. O Senhor quer mostrar-nos que a vida sem ele não funciona.
Sobre a sua cruz estava escrito: “JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS” (Jo 19.19). Jesus assumiu todas as dores e as venceu. Coroaram-no de espinhos, mas com essa coroa ele triunfou sobre o inferno, a morte e o Diabo. Hoje lemos sobre ele: “Em seu manto e em sua coxa está escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.16). Haverá algo que possa tranquilizar-nos, que nos ofereça segurança e sustentação para o futuro? Tranquilidade em tempos agitados? Alívio nas tensões? Consolo em meio aos temores? Perdão dos pecados? Ajuda diante dos “coronas” que atingem nossa vida? Como um medicamento, uma vacina para uma grave epidemia, assim a morte e a ressurreição de Jesus são o remédio contra o pecado e a morte. Quem nele crer encontrará apoio e segurança e o retorno para a vida – a vida verdadeira. A este abre-se a porta do perdão, o portal do céu, a janela da esperança. Quem nele crer ficará livre do medo do futuro porque todo o futuro pertence a Jesus. Jesus e suas promessas oferecem-nos tranquilidade em todos os transtornos do nosso tempo. Com Jesus, a alma sara.