Ellen Steiger

O artigo de capa desta edição, escrito por Stephan Beitze, é intitulado Tetelestai, que significa “está consumado”. Essa expressão é por si só uma mensagem inteira. Afinal, “a exclamação ‘está consumado!’ do nosso Senhor na cruz é a palavra mais importante da história mundial. [...] Quando inclinou sua cabeça e entregou o espírito, ele havia cumprido sua missão. A trajetória que começara em Belém terminou ali na cruz. [...] O amor de Jesus também chega à perfeição na cruz. [...] Ele chamou de ‘amigo’ aquele que o traiu; dirigiu um olhar amoroso e triste àquele que o negou; ele perdoou os soldados que o pregaram. [...] ele ainda se lembrou de sua mãe ao confiá-la a um dos seus discípulos...” (leia aqui).

O artigo de Samuel Rindlisbacher também tem uma mensagem inteira envolvida em seu título (leia aqui). E ele igualmente escreve sobre o amor de Jesus por nós, que culminou na Páscoa. Quando nosso Senhor foi pendurado na cruz de braços abertos, ele falou ao pai: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lc 23.34).

A respeito do sacrifício que Jesus Cristo fez como Cordeiro de Deus, o evangelista Axel Kühner escreve sobre nós, cristãos: “Elas [nós] não precisam se autojustificar, pois já estão justificadas no amor de Jesus; não precisam provar nada a si mesmas, pois o poder de Cristo já as aprovou; não precisam promover a si mesmas além do que são, pois já são o máximo que um ser humano pode ser – filho e herdeiro do Deus vivo; não precisam ter pena de si mesmas, mas têm alguém que sofre com elas; não precisam consolar, encorajar e fortalecer a si mesmas, porque têm alguém que as edifica” (leia aqui).

Em um sermão, ouvi a seguinte história: “Um bispo fez uma viagem à Índia. Lá, o guia turístico conduziu ele e o restante do grupo a um salão no qual havia quadros e esculturas de todos os grandes fundadores religiosos e líderes espirituais. Buda, Confúcio, Maomé etc. Todos esses homens foram mostrados com seus pensamentos profundos. Também havia um quadro de Jesus. Ele mostrava um pastor que, em busca de sua ovelha perdida, a resgata do perigo. O guia então perguntou ao grupo o que eles notaram ao olhar para todas essas grandes personalidades. Bem, Jesus era o único que não estava preocupado consigo mesmo, que não estava apenas pensando em si!”.

Lembremos do sangue nas ombreiras das portas dos israelitas pouco antes de eles deixarem o Egito: o anjo não verificou primeiro se os residentes da casa eram espirituais, educados, inteligentes, dotados, bondosos, iluminados, simpáticos ou virtuosos o suficiente para serem salvos. Um olhar para o sangue foi o suficiente! O que Kühner escreveu? “Elas não precisam...”. Uma mensagem incrível, que deixa os verdadeiros cristões sem palavras pensando na grandeza do sacrifício de Jesus e na vontade divina de encontrar uma solução para o nosso fracasso, para os nossos pecados, para que um dia possamos estar diante dele vestidos em roupas brancas – e isso unicamente através da purificação pelo sangue de Cristo.

Essa mensagem da cruz é uma pedra de tropeço (1Pe 2.8). O homem tem desejos por tudo, apenas não quer depender da graça. Mas, como disse a escritora Gertrud von Le Fort, quem quiser justiça vai encontrá-la no inferno. Eu não quero perder a graça de Deus, que está no céu, e para isso eu preciso da cruz do Gólgota aqui na terra! É com essa vitória que Cristo conquistou com tanto sofrimento que podemos vencer o mundo.

Desejo-lhe uma abençoada Páscoa e uma boa leitura!

sumário Revista Chamada Abril 2021

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