Samuel Rindlisbacher
“Evento suspenso (coronavírus)!” Esta é uma frase muito ouvida, citada e lida ultimamente. Quantas programações, prazos, encontros, cultos e reuniões de oração foram suspensas ou realizadas com participação limitada. As rodovias estão mais vazias, restaurantes estão fechados, o home office foi instituído. Encontros privados estão limitados ao mínimo, sepultamentos causados pelo vírus são realizados no âmbito restrito familiar e casamentos são transferidos para o futuro distante.
Tudo isso faz lembrar de um antigo hino, cantado muitas vezes naquela época: “O mercado está vazio, todo tráfego parou. / Construções estão paradas, a colheita terminou. / Nos lares não se faz nada, na tribuna cessa a lei. / O trabalho está suspenso, aproxima-se o Rei. / Oh, o Rei está chegando, o Rei está chegando...”.
A Bíblia nos diz que não sabemos a época nem a hora em que Jesus voltará (Mt 25.13). Mesmo assim, devemos inclinar nossos corações para ele: ele virá! Sua volta não está suspensa. O arrebatamento não foi prorrogado ou transferido para o futuro distante por causa da pandemia. Com certeza Jesus Cristo voltará no momento determinado por Deus: “Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai” (Mt 24.36).
Jesus Cristo voltará repentinamente! Posso imaginar que tudo isso que está ocorrendo agora é apenas a calmaria antes da tempestade. A calma antes do furacão. O recuo do mar antes do tsunami. Ou o comportamento anormal dos animais antes de um terremoto. Às vezes tenho a impressão de que Deus está falando uma vez mais. Não em alta voz, mas sussurrando. Não agressivamente, mas – mesmo assim – de forma insistente. Mais uma palavra, talvez a última, dita por Deus antes do arrebatamento.
Não foi algo assim que aconteceu antes do Dilúvio? De repente cessaram os martelos, as serras e o betume. O trabalho na arca terminou e ficou tudo calmo. O silêncio assustador antes da tempestade.
Não foi o que aconteceu também na cruz do Gólgota? De repente fez-se silêncio. O silêncio que oprimia numa noite assustadoramente escura: “Já era quase meio-dia, e trevas cobriram toda a terra até as três horas da tarde; o sol deixara de brilhar” (Lc 23.44-45a).
Algo terrível havia acontecido. O Filho de Deus havia sido rejeitado. O homem havia rejeitado o Criador e mantenedor do universo. O povo havia dito “não” ao seu Redentor. E assim sobreveio a escuridão até que se ouviu o grito assustador: “Jesus bradou em alta voz: ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito’” (Lc 23.46).
Diante disso, veio-me a pergunta: será que esta nossa época silenciosa, a noite moral e ética em que nos encontramos, proporcionará o próximo “grito da história mundial”? O chamado que será ouvido somente pelos filhos de Deus? “À meia-noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo se aproxima! Saiam para encontrá-lo!’” (Mt 25.6).
Seja o que for, estamos prontos se Jesus vier hoje? Que estejamos preparados! Esta edição da Chamada pretende novamente dar uma ênfase especial: maranata, vem Senhor Jesus! – Estejamos diariamente esperando por ele, sem permitir que a escuridão deste mundo venha a encobrir nossos sentimentos, ideias e corações. Nós temos a Luz, nós temos Jesus. Vivamos nesta Luz, testemunhemos desta Luz e estejamos preparados se ele vier hoje.
De todo coração, desejo a vocês as mais ricas bênçãos de Deus.