“Superhidrófobo”

O óleo significa um considerável perigo para seres vivos aquáticos. Um novo procedimento, aproveitando o exemplo da natureza, permite retirar contaminações com óleo da superfície da água. Dispositivos têxteis com características superficiais especiais retiram o óleo passivamente e o transportam em um coletor flutuante.

Como modelo, os cientistas utilizaram a superfície da samambaia flutuante Salvínia, cujas folhas são hidrófobas: quando submersas, elas se protegem em uma capa de ar e, assim, permanecem completamente secas. Os pesquisadores chamam esse comportamento de “superhidrofobia”, o que pode ser traduzido por “extrema rejeição à água”. No entanto, a superfície da salvínia não gosta de óleo – o que certamente não é o reverso da medalha para a superhidrofobia. “Por isso as folhas conseguem transportar um filme de óleo em sua superfície”, explica o dr. Wilhelm Barthlott, professor emérito da Universidade de Bonn, Alemanha, e ex-diretor do jardim botânico de lá. “Foi possível transferir essas características para superfícies produzidas tecnicamente, como as têxteis.”

Tais tecidos hidrófobos podem ser empregados, por exemplo, para separar com eficiência os filmes de óleo da superfície da água sem a utilização de produtos químicos. O acionamento é proporcionado pela força da gravidade; por isso o fundo do coletor precisa estar abaixo do nível da superfície da água com o filme de óleo. “O óleo é então totalmente retirado – como se fosse com uma colher automática para retirar o caldo da carne.”

Publicado com autorização de factum-magazin.ch.

sumário Revista Chamada Novembro 2020

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