Uma garotinha entregou ao seu pai uma caixa dourada. Ela usou todo o papel para embrulho que possuíam. Como a renda familiar era escassa, o pai ficou irritado. Quando abriu o presente e viu que a caixa estava vazia, ele a xingou: “Você não sabe que, quando se dá um presente para alguém, deve haver algo na embalagem?”. Os olhos da filha se encheram de lágrimas e ela disse: “Mas, pai, a caixa não está vazia. Eu coloquei muitos beijos nela, até ficar completamente cheia”. Envergonhado, o pai olhou para a filha – sem palavras – por um momento, depois a abraçou e pediu perdão.

O amor da filha, que o pai não reconheceu imediatamente, é uma imagem do amor de nosso Deus por nós. Neste mês, somos lembrados novamente do que Jesus Cristo sofreu por nós (leia na pág. 12). O amor de Jesus Cristo, quando concordou em ir à cruz, trouxe-lhe intenso sofrimento, indignidade e vergonha; ele precisou suportar a punição dos pecados no nosso lugar, como escreve o teólogo Ron Bigalke em seu estudo sobre a obra de Cristo (leia na pág. 22). Mas Jesus assumiu a responsabilidade de nos salvar.

O que aconteceu depois é tão maravilhoso que realmente nem podemos compreendê-lo em toda a sua profundidade. Jesus Cristo não ficou na sepultura. Ele ressuscitou! Ele venceu a morte e nos redimiu do pecado. O mistério da igreja. A promessa no primeiro livro da Bíblia foi cumprida na pessoa do Messias. Neste momento, devemos refletir: como será o futuro? Teremos vergonha de não termos conhecido suficientemente o seu amor?

Certamente acreditamos em Deus e que ele tem intenções amorosas conosco, mas infelizmente nos esquecemos disso com muita frequência nas preocupações cotidianas. Quando as preocupações familiares nos roubam o sono. Quando as coisas não estão indo bem no trabalho. Quando a saúde está comprometida. Quando estamos desapontados com as pessoas ao nosso redor. Existem muitas coisas que desejam nos afastar de Deus e do seu amor. Nós permitimos que isso aconteça ou apoiamos nosso grande e fiel Senhor, apesar de todas as circunstâncias adversas?

Por meio de nossa conversão, não pertencemos mais a este mundo, mas ainda estamos nele – com seus perigos, desafios e tentações. Tendo isso em vista, o Senhor quer que vivamos na vitória, cresçamos nele e amadureçamos nele. Não entre em colapso em caso de decepções, mas continue com a firme certeza de que nada é muito difícil para ele. Como está escrito: não devemos ser como aqueles que são como ondas, levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina (cf. Ef 4.14); ou como aqueles que, ano após ano, toleram apenas o leite ao invés de alimentos sólidos (cf. 1Co 3.2; Hb 5.11-14). O Senhor está sempre conosco, conduzindo-nos durante todos os problemas, querendo nos ajudar a todo momento – e podemos ficar calmos (Êx 14.14).

Como será quando chegarmos ao fim da nossa vida? Certamente reconheceremos, no mais tardar então, que a caixa não está vazia, mas que foi preenchida até a borda com as intenções amorosas de Deus, nosso Salvador!

Com essa promessa, saudamos calorosamente e desejamos uma Páscoa abençoada a todos os nossos leitores.

sumário Revista Chamada Abril 2020

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