Norbert Lieth

Vivemos tempos turbulentos, mas como cristãos temos um consolo: a ressurreição, a ascensão e o retorno do nosso Senhor Jesus. E quem é consolado pode voltar a respirar!

Uma jovem escreveu: “Bem que eu poderia estar satisfeita com a minha situação, mas há algo que me deprime constantemente. E esse ‘algo’ se chama medo. Tenho medo da morte, medo da vida, medo da verdade, medo das notas, medo do esporte, medo do amor, medo da noite, medo do fim do mundo, medo da guerra, medo de um sonho, medo de zombaria, medo de injeções, medo do ridículo, medo do medo... medo e mais medo. É de enlouquecer. Mas o pior é que nem sei de onde ele vem e por que justamente eu preciso suportar ele...”.

Ao “hospedar” Jesus, o túmulo de José se transformou em vida. Quem dá acesso a Jesus recebe a vida em seu corpo mortal e penetra na vida eterna.

Cristo diz: “Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições [ou ‘medos’]; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” (Jo 16.33).

O medo tem mil caras e também assalta os filhos de Deus, e para isso só existe uma resposta útil: precisamos do foco em algo que seja mais forte que o medo, e esse é Jesus. Só olhando para ele é que criaremos coragem. Jesus conquistou a vitória. Quando a pedra foi rolada do túmulo de Jesus, rolou junto tudo aquilo que nos traz medo ou que é causa do medo – ainda que o medo possa continuar a nos assaltar, é aqui que teremos um alívio verdadeiro.

É precisamente essa pedra rolada de diante do túmulo do Senhor que tem uma mensagem para nós. Afinal, Lucas 19.40 não diz que as pedras podem falar e, segundo Mateus 3.9, Deus não teria o poder de despertar filhos seus das pedras?

Assim, Mateus 27.59-60 diz: “José tomou o corpo, envolveu-o num lençol limpo de linho e o colocou num sepulcro novo, que ele havia mandado cavar na rocha. E, fazendo rolar uma grande pedra sobre a entrada do sepulcro, retirou-se”.

Uma estória pretensamente bem-humorada diz que os vizinhos e amigos de José argumentaram o que ele fez, dizendo: “Mas José, você não pode simplesmente doar assim o seu túmulo e deixá-lo para outro! Aquilo custa um bocado de dinheiro. E, além disso, o que você fará quando morrer? Custará uma fortuna, demandará tempo e certamente você não vai encontrar outro lugar tão bonito”. A isso José teria respondido: “Ora, sabem, é só por três dias...”.

Era o túmulo de José. Tratava-se do seu fim, da sua morte. É bom levarmos a nossa morte em conta. A maioria das pessoas reprime esse pensamento. José já havia mandado construir seu próprio túmulo. Mas, ao “hospedar” Jesus, seu túmulo se transformou em vida. É ali que repousa o grande consolo: quem dá acesso a Jesus recebe a vida em seu corpo mortal e penetra na vida eterna.

“E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou a Cristo dentre os mortos também dará vida a seus corpos mortais, por meio do seu Espírito, que habita em vocês” (Rm 8.11).

Norbert Lieth é autor e conferencista internacional. Faz parte da liderança da Chamada na Suíça.

sumário Revista Chamada Junho 2020

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