Haifa, outubro de 2023
O parlamento israelense está em recesso de verão até 15 de outubro. O premiê Benjamin Netanyahu pretende aproveitar o recesso para obter um amplo acordo com a oposição sobre as pendências nas reformas do judiciário. Numerosos ministros e deputados declararam que não aprovarão mais leis que não tenham amplo apoio popular, mas causem agravamento das discordâncias.
As divergências de opinião entre o povo, com reflexos dramáticos externos, que já há bastante tempo se vêm manifestando por meio de grandes demonstrações semanais, animaram o Hezbollah no Líbano, em particular, a atrair Israel para fora de sua retração por meio de provocações fronteiriças. Os inimigos de Israel têm sido encorajados em sua postura anti-israelense principalmente pela recusa de muitos soldados – especialmente dos pilotos – a prestar serviço de reserva voluntário. Esse perigoso desdobramento já levou várias pessoas no governo a reconhecerem que uma reforma judiciária à custa da unidade interna e da vontade defensiva não vale a pena, podendo mesmo ser perigosa.
Por ocasião da festa xiita de Ashura, Nasrallah, por exemplo, fez um discurso no qual disse que todo o Oriente Próximo não terá descanso enquanto não eliminar dele o tumor canceroso representado por Israel. Ele disse que mais do que nunca os palestinos creem na resistência e no eixo da resistência. Além disso, assegurou aos palestinos que o Hezbollah os apoiará com tudo o que possuir. Sobre a visita do ministro israelense Ben Gevir, da segurança interna, ao monte do Templo em 9 de Av (o dia de luto judeu pela destruição do primeiro e do segundo templos), Nasrallah disse ser “necessário contrapor ao inimigo uma postura decidida e a voz de todos os muçulmanos”.
Será que por fim será a ameaça externa que levará Israel a criar juízo novamente para que o povo não brigue entre si, mas entenda a importância da unidade? De qualquer modo, no passado os israelenses sempre se uniram quando a existência e a preservação do Estado estavam em jogo.
Esperemos e oremos para que Israel aproveite o recesso de verão para se concentrar no mais importante, de modo a conduzir o país a uma unidade interna.
Do ponto de vista bíblico, está claro para nós que Israel ainda enfrentará uma grande tribulação. Jesus falou disso em seu discurso no monte das Oliveiras. Esse discurso não é fácil de entender, porque o Senhor anunciou coisas que se cumpriram no ano 70, mas também previu ocorrências ainda futuras.
Em Lucas 21, ele alertou sobre o sítio da cidade e deu aos que conhecem a sua Palavra um sinal para a fuga. Isso se cumpriu no ano 70. Em Mateus 24.15, porém, o Senhor anunciou um outro sinal ao dizer que “quando, pois, vocês virem, situado no lugar santo, o abominável da desolação”.
Note-se que Jesus não fala de um templo, mas apenas de um lugar santo. Embora hoje o monte do Templo abrigue mesquitas, ele não deixa de ser o lugar santo que Deus escolheu e onde no passado se situava o templo. Nasrallah diz que todos os muçulmanos têm obrigação de defender esse monte. Por outro lado, é fato que cada vez mais judeus sobem o monte do Templo com a intenção de orar ali. O monte do Templo parece uma bomba-relógio em andamento, que pode explodir em breve, mas o Senhor diz àqueles que nele creem: “Fiquem atentos e não se assustem” (Mt 24.6).
Voltando o olhar a ele e à sua Palavra, saúdo a todos cordialmente com Shalom, Fredi Winkler.