Possível expansão dos Acordos de Abraão

Israel vem passando por períodos agitados: atentados terroristas, confrontos na Cisjordânia, mísseis da Faixa de Gaza e protestos e lutas pelo poder entre os parceiros da coalizão. Recentemente, o embaixador americano Tom Nides comentou que “Netanyahu deve ter dificuldades para implementar seus grandes planos se o seu quintal estiver em chamas”. Com isso, ele expressou dúvidas de que Netanyahu conseguirá vencer as barreiras na expansão do grupo de membros dos Acordos de Abraão – um objetivo declarado de governo Netanyahu. Algumas semanas depois, porém, Netanyahu demonstrou que não é sem motivo que ele goza de boa reputação no cenário internacional. Informou-se que, sob sua liderança, Israel está negociando uma adesão de nada menos que quatro países aos Acordos de Abraão: Mauritânia, Indonésia, Níger e Somália. Os dois últimos nunca mantiveram relações diplomáticas com Israel. A Mauritânia, depois de declarar guerra a Israel em 1948, reconheceu-o em 1999 como Estado soberano. No conflito de Gaza em 2008-2009, porém, o país havia rompido suas relações diplomáticas com Israel. O que mais despertou atenção foi a menção à Indonésia – país com o maior número de habitantes muçulmanos em todo o mundo: cerca de 230 milhões. Para Israel, isso seria uma superação enorme, mas por enquanto só se anunciam negociações preliminares, embora se possa acrescentar: apesar de tudo. AN

Antje Naujoks dedicou sua vida para ajudar os sobreviventes do Holocausto. Já trabalhou no Memorial Yad Vashem e na Universidade Hebraica de Jerusalém.

sumário Revista Chamada Junho 2023

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