Sepultamento de ossos achados

Josef Mengele, o "Anjo da Morte" (esquerda), e Otmar von Verschuer (direita atrás) supervisionando um estudo antropométrico de hereditariedade. Fotos: wikipedia.comJosef Mengele, o "Anjo da Morte" (esquerda), e Otmar von Verschuer (direita atrás) supervisionando um estudo antropométrico de hereditariedade. Fotos: wikipedia.com

Pouco mais de dez anos após o achado de restos humanos anônimos no campus da Universidade Livre de Berlim (FU), provavelmente oriundos de pesquisas racistas em seres humanos pelos nazistas, estes foram sepultados logo antes da Páscoa em um funeral no cemitério Waldfriedhof em Berlim-Dahlem. Além de representantes do Conselho Central Judeu na Alemanha, participaram da cerimônia também representantes do Conselho Central dos Sinti e Roma (ciganos) Alemães. “O luto não se importa com origem, confissão e vínculos. Nosso luto de hoje sobre os crimes do passado cria os memoriais coletivos de amanhã”, declarou o presidente do Conselho Central Judeu, Josef Schuster. Ele manifestou sua gratidão à FU-Berlim, ao Departamento Estadual de Monumentos de Berlim e à Sociedade Max Planck pelo manejo digno, e saudou o propósito de criar nessa ocasião um local de aprendizado e memória para o futuro. Em 2014, encontraram-se em escavações no campus da FU em Berlim-Dahlem restos humanos que, segundo o parecer de historiadores e arqueólogos, apontam para uma cooperação entre o médico de Auschwitz, Josef Mengele, e o higienista racial Otmar von Verscheur, do Instituto Kaiser Wilhelm de Estudos Hereditários Humanos, Antropologia e Eugenia (KWIA) daquela época. Naquele tempo, esse instituto estava sediado no campus da FU em questão. Mengele examinava homens, mulheres e crianças judeus em Auschwitz, matava-os e mandava seus preparados humanos para o KWIA para “fins de pesquisa”. No outono do ano passado foram encerrados os estudos científicos dos ossos encontrados.

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sumário Revista Chamada Junho 2023

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