Haifa, maio de 2023

A guerra na Ucrânia e os terremotos na Turquia e na Síria induzem a perguntar se esses eventos seriam parte daqueles dos quais Jesus falou aos seus discípulos no monte das Oliveiras na última semana antes da sua morte. Os discípulos lhe haviam perguntado: “Diga-nos quando essas coisas vão acontecer e que sinal haverá da sua vinda e do fim dos tempos” (Mt 24.3).

Como primeiro sinal, Jesus citou a sedução religiosa, dizendo: “Muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu’; e enganarão a muitos” (Mc 13.6). Portanto, em primeiro lugar vem a sedução religiosa, e esta se desenrola hoje em grande estilo. Não é mais “somente Cristo”, conforme Pedro testemunhou perante o Sinédrio (At 4.12). A perda de substância do testemunho cristão nem mesmo provém de fora, mas de dentro do cristianismo. As pessoas buscam adaptar-se às convicções deste mundo e querem evitar conflitos.

Como segundo sinal, Jesus falou em guerras. Se observarmos a atual guerra entre a Rússia e a Ucrânia, fica claro que ela realmente pode assumir proporções apocalípticas se não se encontrar uma solução.

Como terceiro sinal, Jesus falou de terremotos e, segundo Lucas 21.11, o Senhor não se referiu simplesmente a terremotos, mas a grandes terremotos. Esse desastre assolador também não ocorreu muito longe de Israel. Em parte, os abalos foram sentidos ali.

Em Israel já se fala há tempos de um futuro grande terremoto, e entre os especialistas existe a opinião de que os muitos abalos que vêm ocorrendo não muito longe de Israel poderão desencadear esse grande terremoto. Todavia, como todos sabemos, ninguém conhece de antemão o momento.

A nós que cremos em Jesus, suas palavras em Mateus 24.6 transmitem confiança e consolo quando ele diz: “E vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras. Fiquem atentos e não se assustem, porque é necessário que isso aconteça, mas ainda não é o fim”.

Jesus indicou esses sinais para que pudéssemos orientar-nos em meio ao que acontece neste mundo. Na ocasião, Jesus censurou os fariseus e saduceus por não quererem entender os sinais dos tempos, e lhes disse: “Chegada a tarde, vocês dizem: ‘Teremos tempo bom, porque o céu está avermelhado’. E, pela manhã, vocês dizem: ‘Hoje teremos tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio’. Na verdade, vocês sabem interpretar a aparência do céu. Então como não são capazes de interpretar os sinais dos tempos?” (Mt 16.2-3).

Para os judeus, sua rebelião contra Roma naquela ocasião terminou em catástrofe por terem superestimado seu próprio poder e subestimado o de Roma. Os líderes moderados quiseram negociar com Roma, mas os extremistas rejeitaram aquilo decididamente. Sempre é bom aprender as lições da história.

Para Israel hoje, não é simples a questão de como proceder quanto à guerra entre Rússia e Ucrânia. Há tempo que a Ucrânia e seu presidente Zelensky insistem em receber armamentos de Israel, mas até agora Israel se manteve cautelosamente isolado do conflito. O país encontra-se numa situação delicada. No passado recente, Israel – e em especial Benjamin Netanyahu – manteve boas relações com a Rússia, o que é de enorme importância para sua atuação contra os iranianos na Síria.

Por isso, Israel precisa de muita sabedoria para a decisão de como continuará a proceder na atual situação. Baseados na Bíblia, sabemos que Israel ainda terá de passar por dificuldades, mas que Deus também ajudará seu povo de modo extraordinário.

Unidos na atenção aos sinais bíblicos dos tempos, saudamos a todos cordialmente com Shalom, Fredi Winkler.

Fredi Winkler é guia turístico em Israel e dirige, junto com a esposa, o Hotel Beth-Shalom, em Haifa, que é vinculado à missão da Chamada.

sumário Revista Chamada Maio 2023

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