Boicote contra Israel conquista ativismo climático

No mundo inteiro, cada vez mais pessoas aderem ao ativismo climático, e entre as organizações aparecem crescentemente instâncias questionáveis que se pronunciam não só pela defesa do clima, mas se posicionam ao lado do movimento BDS de boicote a Israel. Elas elaboram duvidosas ligações entre a crise climática e o conflito do Oriente Médio, o que fez, por exemplo, que em uma manifestação de protesto em Hamburgo se apelasse para a “terceira intifada contra o estado israelense”. Em alguns grupos, o plano de boicote se consolidou de tal forma que declarações antissemitas entraram na ordem do dia. Jornalistas que tentaram relatar a respeito foram brindados com xingamentos como “imprensa sionista” e com agressões físicas. A conexão entre “justiça climática” e “anticolonialismo” já adquiriu mais do que reconhecimento social, e se estende a tal ponto que até mesmo o afastamento de outros ativistas climáticos e dos seus grupos não conseguem mais barrar esses desdobramentos. Quando na Alemanha uma porta-voz do Fridays for Future renunciou por causa da disseminação do antissemitismo em seu movimento, isso desencadeou uma onda de alegria nas redes sociais. Dizia-se, entre outras coisas: “uma racista a menos” e “Inshallah logo não haverá mais sionistas”. Algo altamente preocupante, não só do ponto de vista de Israel. AN

Antje Naujoks dedicou sua vida para ajudar os sobreviventes do Holocausto. Já trabalhou no Memorial Yad Vashem e na Universidade Hebraica de Jerusalém.

sumário Revista Chamada Abril 2023

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