Mudanças Climáticas?
Nas discussões sobre mudanças climáticas, as emoções transbordam. Por quê?
Em Romanos 1.18-23, Paulo denuncia a profanação a Deus quando o homem dá mais honra àquilo que Deus criou do que ao próprio Criador, e em 2Tessalonicenses 2.11 ele diz que Deus enviará um poder sedutor àqueles que insistirem em não crer. Quando alguém dá ouvidos às ideias mais tolas, contrariando qualquer bom senso, a razão disso é a ausência de fé. No momento em que alguém nega a Deus e volta as costas ao único e onipotente Criador, Deus deixa essa pessoa seguir seu curso. Isso também explica por que nem se consegue mais conversar razoavelmente com tais pessoas e estas não admitem nenhuma outra opinião.
Impõe-se então a impressão de que hoje a proteção climática é a nova religião e que os ativistas climáticos sejam os novos salvadores. Nosso clima se mantém há milênios sem que em momento algum as pessoas tivessem se preocupado muito com calor e frio. Não, simplesmente tratava-se de se adaptar e ponto. Aqui precisamos distinguir muito bem entre proteção ambiental e proteção climática. Não são a mesma coisa.
Não tenho absolutamente nada contra a proteção do ambiente e da natureza. Muito pelo contrário. Contudo, sem entrar em detalhes, até se prejudica a natureza em nome da proteção climática, e por isso nem se fala mais tanto em proteção ambiental, mas sim em proteção climática. O que justamente é tolice.
A natureza pode ser protegida – a propósito, a vida antes do nascimento também. Cada um pode contribuir com a sua parte, e justamente nós como cristãos também estamos cientes da responsabilidade de lidar corretamente com a Criação que nos foi confiada. Mas contra o que se poderia proteger um clima? A próxima tentativa será proteger o Sol, a Via Láctea, os anéis de Saturno ou o padrão de um floco de neve? Nesse sentido, o conceito de “proteção climática” é um construto artificial sem sentido e também sem qualquer necessidade. Enquanto antigamente se dizia simplesmente que “o tempo anda doido”, fala-se hoje de mudança climática e é o homem que anda doido.
Aliás, perguntando apenas de passagem: “Quem ou o que é o critério para avaliar o que é um clima normal e o que não é?”. Sempre houve oscilações de temperatura, e o fato de que a temperatura volte a subir após fases mais frias não é apenas normal, mas até desejável. Se não fosse assim, os autonomeados protetores do clima ainda responsabilizariam o homem pelas eras glaciais. No mais, alguns cientistas já comentam que, considerando os ciclos climáticos documentados, em breve se deverá contar com um considerável resfriamento, e de forma totalmente independente de quaisquer providências humanas.
Em 2004, ou seja, há pouco menos de 16 anos, alguns cientistas deram o alerta de que, como consequência das mudanças climáticas, a Grã-Bretanha ficaria sujeita a temperaturas siberianas até 2020.1 (É possível que talvez também tenha sido uma referência ao Brexit.) Qualquer cientista sério confirmará a impossibilidade de estabelecer prognósticos confiáveis, e ninguém sabe se a redução das emissões – seja em 10%, 30% ou até 100% – sequer terá alguma influência sobre as temperaturas terrestres. Mesmo prolongados períodos de seca ou temporais não provam alguma mudança climática, mas são apenas fenômenos novos para a nossa geração, mas que para outras gerações – e para pessoas de outras regiões – não são nada extraordinários.
Em resumo: quer você creia em mudanças climáticas provocadas pelo homem, quer não (o que cada um deve decidir por si mesmo, de qualquer modo não existem provas para estas), trata-se aqui de uma crença, de suposições e de teses, e em última análise até de uma ideologia que não admite contestação. Isso chega ao ponto de textos críticos a respeito nem sequer serem publicados e de cientistas precisarem temer pela sua carreira ou de suas verbas promocionais serem cancelarem quando se desvia do pensamento imposto.
E se, além disso, perguntarmos: o que, afinal, é pior: negar as mudanças climáticas ou negar Deus? Hoje já é de bom-tom negar a Deus, mas negar as mudanças climáticas beira a blasfêmia. Basta isso para deduzir quem são os fanáticos pelo clima com quem lidamos e qual espírito que os impele. Não se trata de salvar o mundo, mas de assumir o papel de Deus.
Negar a Deus é aceitável, mas negar as mudanças climáticas beira a blasfêmia.
O homem quer deslocar Deus da sua vida. Pretende-se determinar por conta própria quando e como morrer. Pretende-se decidir se uma gravidez deve ser completada. E agora se pretende até determinar seu próprio sexo. Em última análise, não se pretende apenas representar Deus, mas ser Deus. E assim, alguém que crê na maravilhosa e exclusiva obra da criação divina e se submete conscientemente à soberania de Deus é um transtorno.
Sim, esses autonomeados deuses enrubescem de ira quando testemunhamos: “Senhor, Senhor nosso, como é majestoso o teu nome em toda a terra! Tu, cuja glória é cantada nos céus. Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste... Senhor, Senhor nosso, como é majestoso o teu nome em toda a terra!” (Sl 8.1,3,9). “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obras das suas mãos” (Sl 19.1). “Quantas são as tuas obras, Senhor! Fizeste todas elas com sabedoria! A terra está cheia de seres que criaste” (Sl 104.24).
A Bíblia diz que se aproxima o tempo em que Deus inverterá os comandos para executar seu plano de salvação. A Criação original programada para a eternidade deverá ser restaurada. “Pois vejam! Criarei novos céus e nova terra, e as coisas passadas não serão lembradas. Jamais virão à mente! Alegrem-se, porém, e regozijem-se para sempre no que vou criar...” (Is 65.17-18).
Contudo, antes que isso aconteça, de fato algumas coisas ainda sobrevirão à terra. O próprio Senhor Jesus disse que seu retorno será precedido de eventos terríveis: “Imediatamente após a tribulação daqueles dias‚ ‘o sol escurecerá e a lua não dará a sua luz: as estrelas cairão do céu, e os poderes celestes serão abalados’” (Mt 24.29).
A Bíblia anuncia o período da grande tribulação antes da volta do nosso Senhor Jesus, e certamente será um tempo de catástrofes. Um tempo que não poderá ser comparado com nada que já tenha ocorrido até então (cf. Ap 6.12-14; 7.1). Apocalipse 16.8-9, por exemplo, diz: “O quarto anjo derramou a sua taça no sol, e foi dado poder ao sol para queimar os homens com fogo. Estes foram queimados pelo forte calor e amaldiçoaram o nome de Deus, que tem domínio sobre estas pragas; contudo, recusaram arrepender-se e glorificá-lo”.
Para isso que se descreve aqui, o termo “mudança climática” soa até inocente. E qual é a origem e a razão desses revolucionários eventos que atingirão todo o Universo e que ninguém conseguirá deter? O fato de eu abastecer o carro com óleo combustível ou diesel ou que coma carne em excesso ou respire demasiadamente? Não, na causa nada mudou desde a Criação do mundo. É o pecado! É o pecado do homem, a arrogância do homem; é a negação de Deus que conduz os homens à sua ruína sem que nada possa detê-los.
Em 2004, alguns cientistas deram o alerta de que, como consequência das mudanças climáticas, a Grã-Bretanha ficaria sujeita a temperaturas siberianas até 2020.
Os que hoje alegam poder salvar o mundo não são a solução do problema, mas até sua causa. Justamente a idolatria do clima e a adoração da natureza e do ambiente descontrolarão o céu e a terra, até o Universo inteiro, e disso nem o mais verde dos verdes poderá mudar nada. A única coisa que o homem pode mudar e deveria mudar urgentemente é sua postura diante de Deus. E, em vez de tentar proteger o clima e salvar o mundo, cada um deveria fugir em direção a Deus, arrepender-se e deixar-se salvar conforme exclamou o Senhor Jesus: “‘O tempo é chegado’, dizia ele. ‘O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas-novas!’” (Mc 1.15).
Depois dos terríveis acontecimentos da grande tribulação, que vitimará milhões de pessoas, virá um tempo de calma e paz junto com o retorno do Senhor Jesus em poder e glória: o chamado reino milenar. Durante esse período, as pessoas também voltarão a alcançar uma idade muito avançada: “Nunca mais haverá nela uma criança que viva poucos dias, e um idoso que não complete os seus anos de idade; quem morrer aos cem anos ainda será jovem...” (Is 65.20). E depois desse reino milenar de paz na terra haverá finalmente uma criação totalmente nova na qual se restaurarão as condições paradisíacas de outrora e o pecado será definitivamente eliminado.
“O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada” (2Pe 3.10).
Quem poderia ter imaginado algo assim anos atrás? “Os céus desaparecerão com grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor.” A segunda carta de Pedro foi escrita no primeiro século depois de Cristo, mas o que se declara aqui só se tornou realmente imaginável na era atômica. E quando, para além disso, se fala no dia do Senhor, no qual os céus de desfarão, fica novamente claro que todo o Universo é sustentado pela vontade de Deus. Mas quando Deus retrair seu poder criador e mantenedor – e isso por causa da impiedade humana – toda a ordem cósmica despencará no caos.
A salvação do mundo não está nas mãos dos homens, mas a salvação dos homens está nas mãos de Deus.
Assim, a salvação do mundo não está nas mãos dos homens, mas a salvação dos homens está nas mãos de Deus. E a mão salvadora de Deus é sua obra redentora no Calvário. Em Jesus Cristo, Deus estende suas mãos para chamar a si aqueles que aceitam sua graça pela fé.
A destruição do mundo atual não é o fim, mas o recomeço de Deus com aqueles que se deixaram salvar por Jesus Cristo. “Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça” (2Pe 3.13). Assim, com ou após o retorno do Senhor Jesus realmente haverá uma mudança climática que restaurará o estado paradisíaco original. E essa mudança climática eu espero com alegria!
Quem já encontrou em Jesus Cristo o seu Salvador ou permitiu que Deus o achasse não precisa temer nenhuma mudança climática, nem a presente nem alguma futura, porque podemos estar certos de que Deus estará conosco todos os dias, até o fim dos tempos. E esse fim dos tempos será ao mesmo tempo o início da vida eterna na imediata presença de Deus.
“Então vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido. Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: ‘Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou’” (Ap 21.1-4).
- Mark Townsend e Paul Harris, “Now the Pentagon tells Bush: climate change will destroy us”, The Guardian, 22 fev. 2004. Disponível em: <https://bit.ly/35aZq8g>. Acesso em: 2 jan. 2020.