A Carta aos Romanos: Capítulo 11

“Será que uma mulher pode se esquecer do filho que ainda mama, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, porém, não me esquecerei de você. Eis que eu gravei você nas palmas das minhas mãos; as suas muralhas estão continuamente diante de mim” (Is 49.15-16).

É assim o amor de Deus por Israel: embora este tenha rejeitado a Deus e não queira saber dele, o Senhor ama o povo da sua aliança com seu infinito amor. Sabendo disso, Paulo pergunta: “Será que Deus rejeitou o seu povo?” (Rm 11.1b) – e logo acrescenta a resposta, dizendo: “De modo nenhum!” (Rm 11.1c).

Impossível! Nem pensem nisso! Que tal ideia nem lhes passe pela mente! Paulo sabe muito bem o que a Bíblia diz: “O Senhor os amou e os escolheu, não porque vocês eram mais numerosos do que outros povos, pois vocês eram o menor de todos os povos. Mas porque o Senhor os amava...” (Dt 7.7-8).

Israel, o primeiro amor de Deus (v. 1-15)

O amor de Deus por Israel é o que torna Israel único, e esse amor acabará por prevalecer: “... E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: ‘O Libertador virá de Sião e afastará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados” (Rm 11.26-27).

 “É assim o amor de Deus por Israel: embora este tenha rejeitado a Deus e não queira saber dele, o Senhor ama o povo da sua aliança com seu infinito amor.”

Não é sem motivo que Deus diz: “Vou curar a rebeldia deles. Vou amá-los de boa vontade...” (Os 14.4). Deus decidiu amar Israel voluntariamente, apesar de toda a resistência. É sua decisão e ninguém pode impedi-la.

O melhor argumento a favor disso vem do próprio Paulo: “Porque eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim” (Rm 11.1b). Sua genealogia remonta a Abraão. Ele provém da tribo de Benjamim, uma tribo cheia de força, que gerou heróis.

Nada escapa a Deus, por mais desobediente que seja o seu povo, por mais rebelde e apóstata. Também isso não é surpresa para Deus. Não foi assim também nos tempos de Elias? Naquela ocasião, o profeta se queixou dizendo: “Senhor, mataram os teus profetas, derrubaram os teus altares. Sou o único que sobrou, e procuram tirar-me a vida” (Rm 11.3).

A época de Elias foi cheia de confusão política, econômica e religiosa. Israel perdera o contato com Deus e vivia na idolatria, ao ponto de 450 sacerdotes de Baal e 400 sacerdotes de Aserá praticarem seus perniciosos abusos em Israel. Com isso, o profeta Elias chegou ao seu limite. Contudo, ainda que Elias não suportasse mais, Deus não perdeu o controle e continuou Senhor da situação. Assim, fez saber a Elias em seu desânimo: “Reservei para mim sete mil homens que não dobraram os joelhos diante de Baal” (Rm 11.4).

Também na nossa vida podemos contar com este fato grandioso: Deus mantém o controle nas mãos. Ele nunca se atrasa e tem domínio sobre tudo.

“Assim também nos dias de hoje sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça” (Rm 11.5). E assim é até hoje. Deus sempre teve e tem seu povo em toda parte.

Será sempre só um remanescente que não dobrou seus joelhos. Serão sempre só poucas pessoas que atendem ao que Deus diz e lhe respondem. Assim, em seu tempo, Enoque andou com Deus e foi arrebatado. Noé construiu uma arca por obediência e foi preservado da enchente. Melquisedeque viveu em profunda comunhão com o eterno e tornou-se sacerdote de Deus. Abraão arriscou sair em viagem e foi chamado de amigo de Deus.

Talvez hoje você seja alguém que deposita toda a sua confiança na graça em Jesus Cristo.

O que é graça?

“Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos” (Tt 2.11).

A graça de Deus dirige-se a todos, mas ela só se efetiva naqueles que a aceitarem, e essa graça personificada não é ninguém outro senão o próprio Jesus Cristo. Quando então alguém aceita pela fé essa graça, ou seja, Jesus Cristo, ele passa a pertencer à eleição da graça, já que a Bíblia diz que “todos quanto o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome” (Jo 1.12).

Essa graça exclui a possibilidade de méritos próprios: “E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Rm 11.6). Ninguém chegará ao céu por mérito próprio. Somente a graça em Jesus Cristo consegue isso.

Somente a graça nos proporciona o favor de Deus. Somente a graça perdoa nossa culpa. Somente a graça nos guarda do juízo. Somente a graça nos dá vida eterna. Somente a graça consegue vencer o que nos prende. Somente a graça nos segura e sustenta. A graça é o braço de Deus que se estende a nós por meio de Jesus Cristo.

O que tanto entristecia o apóstolo Paulo era que Israel não quis para si essa graça (cf. Lc 13.34), errando assim o seu alvo. Por isso Paulo pergunta: “Que diremos então? O que Israel buscava, isso não alcançou; mas a eleição conseguiu isso. Os demais foram endurecidos, como está escrito: ‘Deus lhes deu um espírito de profundo sono, olhos para não ver e ouvidos para não ouvir, até o dia de hoje’” (Rm 11.7-8).

Que tragédia, quando Deus para de falar e nos deixa fazer o que quisermos. Que terror quando cessa a admoestação do Espírito Santo e Deus nos deixa por nossa própria conta. É por isso que a Bíblia também diz: “Hoje, se ouvirem a sua voz, não endureçam o coração” (Hb 4.7).

Israel disse “não” a Deus, recusou suas palavras, rejeitou os avisos do Espírito Santo e, por fim, também não quis o Filho. Por isso, a bênção que lhes era destinada converteu-se em maldição: “E Davi disse: ‘Que a mesa deles se transforme em laço e armadilha, em tropeço e punição; que os olhos deles se escureçam, para que não vejam, e fiquem para sempre encurvadas as suas costas’” (Rm 11.9-10).

O privilégio de Israel transforma-se em acusação e a bênção acaba em maldição. Como foi mesmo que Jesus disse? “Vocês são o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada no alto de um monte” (Mt 5.13-14).

Por sua insistente recusa do dom da graça de Deus, Israel acabou perdendo o candelabro (sua função exemplar), Jerusalém foi destruída e a nação de Israel foi dispersada entre todos os povos e pisada ao longo dos últimos dois mil anos.

O “apesar” de Deus

Teria Israel fracassado com isso? Paulo pergunta: “Será que eles tropeçaram para que caíssem?” (Rm 11.11a), e então refuta isso no mesmo fôlego ao dizer: “De modo nenhum!” (Rm 11.11b). Ao mesmo tempo, Paulo também exclui toda a teologia substitutiva. Para Paulo, essa simples ideia já é uma impossibilidade absoluta, já que a Escritura diz: “Será que uma mulher pode se esquecer do filho que ainda mama, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, porém, não me esquecerei de você” (Is 49.15).

Pelo contrário, Paulo esclarece que Deus transformou o fracasso de Israel em bênção para nós: “Então eu pergunto: será que eles tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela transgressão deles, a salvação chegou aos gentios, para fazer com que os judeus ficassem com ciúmes. Ora, se a transgressão deles resultou em riqueza para o mundo, e a diminuição deles resultou em riqueza para os gentios, quanto mais a plenitude deles!” (Rm 11.11-12).

O evangelho é a verdadeira e permanente riqueza diante de Deus. Este devemos aos judeus, já que os primeiros discípulos eram judeus, os judeus formaram a base da igreja, e foram judeus (os apóstolos) que divulgaram o evangelho pelo mundo. O apóstolo João foi líder da igreja em Éfeso. Judas Tadeu anunciou o evangelho no atual Irã. André levou o evangelho até o mar Negro. Bartolomeu foi para a Armênia e o Azerbaijão. Mateus, para a Etiópia. Matias foi sepultado em Trier, na Alemanha. Filipe pregou na França, Simão Cananeu na Mauritânia, Tomé, o assim chamado “descrente”, levou o evangelho até Madras, no sul da Índia, e Pedro pregou em Roma.

Paulo disse corretamente que a queda de Israel levou o evangelho até nós, os gentios. Dito isso, ele aponta para o futuro e faz uma declaração profética: “... quanto mais a plenitude deles!” (Rm 11.12). Isso ocorrerá quando o remanescente crente reconhecer o Messias durante a grande tribulação. Nessa ocasião, ocorrerá o maior avivamento de todos os tempos.

“E sobre a casa de Davi e sobre os moradores de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas. Olharão para aquele a quem traspassaram. Prantearão por ele como quem pranteia por um filho único e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10).

Então acontecerá o que a igreja de Jesus não conseguiu ao longo de dois mil anos: alcançar o mundo inteiro com o evangelho, como está escrito: “Porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Hc 2.14).

É esse tempo de avivamento que Paulo vislumbra quando diz: “Porque, se o fato de eles terem sido rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos?” (Rm 11.15).

Até esse momento chegar, porém, ele dedicaria tudo a ganhar para o Messias alguns poucos do seu povo: “Dirijo-me a vocês que são gentios. Visto que eu sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério, para ver se de algum modo posso fazer com que os do meu povo fiquem com ciúmes e alguns deles se salvem” (Rm 11.13-14).

Esse ministério é o sentido e o objetivo da vida de Paulo: ganhar pessoas para Jesus, conduzindo o máximo possível também do seu próprio povo, os judeus, ao seu Messias.

Mais uma advertência (v. 16-24)

Novamente Paulo muda de foco, dirigindo-se aos seus leitores com uma séria advertência: “Não se glorie contra os ramos. Mas, se você se gloriar, lembre que não é você que sustenta a raiz, mas é a raiz que sustenta você” (Rm 11.18).

É como se o Espírito Santo quisesse advertir por meio de Paulo contra futuras correntes erradas dentro da igreja cristã – e com que rapidez suas palavras se confirmariam! Muito rapidamente as sérias advertências de Paulo seriam esquecidas. Já Orígenes, um dos pais da igreja no século II d.C., e, com ele, outros pais da igreja, ensinavam que Israel tinha sido repudiado e que a bênção e as promessas teriam agora sido transferidas à igreja cristã. Mesmo o reformador Martinho Lutero disse sobre os judeus: “Essa questão dos judeus é de tal modo desesperada, maligna, venenosa e diabólica a ponto de eles serem por 1 400 anos nossa praga, pestilência e toda desgraça, e ainda o são. Em suma, temos verdadeiros diabos neles [...]!”.1

Com total desconsideração das palavras do apóstolo Paulo, os judeus acabaram sendo difamados como “assassinos de Cristo”, massacrados nas cruzadas, perseguidos e mortos pela inquisição, batizados à força e deportados, humilhados por meio de bulas e decretos dos papas; na Rússia, foram massacrados nos pogroms e expulsos do país, para finalmente chegarem aos seis milhões de vítimas no Holocausto! Que tragédia, completamente oposta àquilo que Paulo disse: “E se forem santas as primícias da massa, igualmente será santa a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão” (Rm 11.16).

Israel continua sendo o povo de Deus, a menina dos seus olhos, sua eterna propriedade, a terra do seu iminente retorno, sua herança, e, para sempre, seu primeiro amor.

Não esqueça de onde você provém

“E, se forem santas as primícias da massa, igualmente será santa a sua totalidade...” (Rm 11.16). Paulo se refere aqui a um evento dos tempos da peregrinação pelo deserto. Naquela ocasião, Israel foi instruído a fazer o seguinte: “Contem cinquenta dias; então apresentem nova oferta de cereais ao Senhor. De onde estiverem morando tragam dois pães para serem movidos. Os pães serão feitos com quatro litros da melhor farinha, assados com fermento; são primícias ao Senhor” (Lv 23.16b-17).

Cinquenta dias após a Páscoa (Pessach), celebra-se o shavuot, a festa do início da colheita. Nela se oferece ao Senhor a primícia do cereal como sinal de que toda a colheita pertence ao Senhor.

E no primeiro Pentecostes, o início da colheita espiritual na igreja, aconteceu de judeus encontrarem o seu Messias. Os apóstolos eram judeus. A igreja primitiva era composta de judeus. Portanto, Paulo enfatiza com sua declaração que, se o início pertence a Deus, cabe-lhe também o restante.

Além disso, os dois pães de massa fermentada simbolizam a igreja cristã, os crentes neotestamentários compostos de judeus e gentios. Com o evento na cruz do Calvário, eles foram unificados. São um no nome de Jesus. Algo novo surgiu! Ao escrever que “se forem santas as primícias da massa, igualmente será santa a sua totalidade” (Rm 11.16), ele não mostra apenas de onde viemos, mas também que a origem da igreja cristã é judia.

A raiz da oliveira aponta como imagem para a fé de Abraão e a aliança de Deus com ele. Os filhos de Israel são os nobres ramos da oliveira; nós, como crentes neotestamentários das nações, somos os ramos bravos enxertados na oliveira contra a natureza. Paulo enfatiza então: “Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e você, sendo oliveira brava, foi enxertado no meio deles e se tornou participante da raiz e da seiva da oliveira” (Rm 11.17).

Nem todos rejeitaram o Messias. Alguns disseram não; outros não o quiseram. Paulo nos lembra disso ao escrever: “Não se glorie contra os ramos. Mas, se você se gloriar, lembre que não é você que sustenta a raiz, mas é a raiz que sustenta você” (Rm 11.18).

Tanto a raiz como a oliveira são judias. É como disse o Senhor Jesus: “... a salvação vem dos judeus” (Jo 4.22). Por isso não temos motivo de nos gloriarmos. Não é mérito nosso que tenhamos sido enxertados. É a graça de Deus. É isto o que deverá determinar nossa postura: “Então você dirá: ‘Alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado’. Correto! Eles foram quebrados por causa da incredulidade, mas você continua firme mediante a fé. Não fique orgulhoso, mas tema” (Rm 11.19-20).

Continue na missão!

Somos apressados em condenar Israel. Ele teria fracassado e não cumprido sua missão. Mas teríamos nós como igreja agido melhor e assumido a nossa missão?

“Portanto, somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por meio de nós. Em nome de Cristo, pois, pedimos que vocês se reconciliem com Deus” (2Co 5.20).

Teríamos levado a boa nova aos homens, saturado o mundo com a mensagem da reconciliação e disseminado o evangelho de Jesus Cristo? Esta é a nossa missão e o que justifica a existência da igreja cristã. Tanto mais constrangedor é que até hoje o evangelho nunca foi exposto a cerca de dois bilhões de pessoas. Não teríamos nós então também fracassado como igreja, apesar de termos tido dois mil anos para fazê-lo? Consciente disso, Paulo diz: “Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não poupará você [como igreja cristã]” (Rm 11.21).

Também de nós, igreja, a missão pode ser tirada novamente se não a cumprirmos!

É missão da igreja divulgar o evangelho apontando para a redenção por meio de Jesus Cristo, através de obras, procedimento e testemunho. Infelizmente, porém, a proclamação pela igreja cristã se desloca cada vez mais em direção da política, da ecologia, da solução de problemas sociais, etc. Tudo isso podem ser objetivos nobres e meritórios, mas não correspondem à missão original. Por isso, Paulo alerta dizendo: “Considere, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para com você, a bondade de Deus, desde que você permaneça nessa bondade. Do contrário, você também será cortado” (Rm 11.22).

Uma perspectiva profética (v. 25-36)

Novamente Paulo muda sua perspectiva para outra vez enfatizar a fidelidade de Deus, apesar de todas as resistências: “Eles também, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os enxertar de novo. Pois, se você foi cortado daquela que, por natureza, era uma oliveira brava e, contra a natureza, foi enxertado numa oliveira boa, quanto mais esses, que são ramos naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!” (Rm 11.23-24).

É o futuro de Israel que já fora previsto pelo profeta Jeremias: “Eis aí vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá... Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no seu coração as inscreverei; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo... Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jr 31.31-34).

Israel será reenxertado, a respeito do que Paulo escreve: “Porque não quero, irmãos, que vocês ignorem este mistério, para que não fiquem pensando que são sábios: veio um endurecimento em parte a Israel, até que tenha entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: ‘O Libertador virá de Sião e afastará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados’. Quanto ao evangelho, eles são inimigos por causa de vocês; mas quanto à eleição, amados por causa dos patriarcas; porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm 11.25-29).

Deus não rejeitou o seu povo, e hoje está se voltando novamente a ele. Apesar de todas as resistências, ele levará o seu povo de Israel ao alvo.

Nem judeu, nem gentio: ninguém mereceu a salvação vinda de Deus, ninguém seu beneplácito. Ninguém sua graça. O fato de Deus se voltar para nós é decisão do seu amor (Rm 11.30-32). Por ele nos amar, ele quer nos salvar, quer nos ter com ele no céu, “para que também eles alcancem misericórdia” (Rm 11.31). A misericórdia de Deus destina-se a cada um de nós.

Ele busca você pessoalmente, é com você que ele se importa. Sim, podemos chegar-nos a Deus. Por meio do evangelho, ele nos convida pessoalmente a estar com ele, de modo que a pergunta é: o que você fará com o evangelho que Paulo desenhou diante dos nossos olhos na carta aos Romanos?

Paulo encerra sua exposição com um cântico de louvor: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão inexplicáveis são os seus juízos, e quão insondáveis são os seus caminhos! Pois quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem primeiro deu alguma coisa a Deus para que isso lhe seja restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre. Amém!” (Rm 11.33-36).

O apóstolo manifesta profunda admiração com o modo por meio do qual Deus quer conceder sua salvação ao homem. Ele se admira por Deus se tornar homem em Jesus, por morrer na cruz pelo pecador e por dar a todo aquele que crer nisso a vida eterna. Assim, Paulo só pode admirar-se, adorar e dar glória a Deus por isso.

Nota

  1. Martinho Lutero, Von den Juden und ihren Lügen (Wittenberg: 1543), p. 95.

Samuel Rindlisbacher é ancião da igreja da Chamada na Suíça e foi fundamental no desenvolvimento do grande ministério de jovens dela.

sumário Revista Chamada Março 2023

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