Fenômeno subestimado
Segundo informa um relato, o extremismo islâmico está presente na América Latina há cerca de quatro décadas. Há uma série de fatores favorecendo sua crescente atividade. Assim, a corrupção amplamente disseminada, governos apoiadores dos islamistas, como o grupo Aliança Bolivariana para a América (ALBA), o acesso a redes comerciais ilegais, especialmente de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, bem como a falta de leis adequadas de combate ao terrorismo abrem as portas para as organizações islâmicas. É o que Giovanni Giacalone expõe em seu relato “Extremismo islamista e jihaidismo na América Latina”, encomendado pelo instituto European Eye On Radicalization. Apesar de estarem presentes ali há muitos anos, os islamistas só perpetraram até agora três atentados terroristas de maior porte, todos pelo Hezbollah na Argentina e contra alvos judeus. Ao que parece, essas organizações utilizam a América Latina primariamente como base logística e para atividades geradoras de renda.
O Hezbollah atua na América Latina desde os inícios da década de 1980 e está envolvido em grande escala no tráfico de drogas e em lavagem de dinheiro, principalmente nas áreas limítrofes entre Argentina, Brasil e Paraguai. Desde a década de 1990, vários outros grupos, como o Grupo Islâmico Egípcio (Gamaat Islamiya), o Jihad Islâmico Palestino (JIP), a Al Qaeda e, mais recentemente, o Estado Islâmico (EI) se estabeleceram na América Latina. A Irmandade Muçulmana atua principalmente no México, no Brasil, na Argentina e no Peru. Igualmente atuante está o Hamas, que, por exemplo, mantinha cordiais relações com o ditador venezuelano Hugo Chavez, falecido em 2013. O EI encontrou na América Latina um número espantoso de simpatizantes, especialmente em Trinidad e Tobago, onde, entre 2013 e 2016, cerca de 240 cidadãos se integraram ao EI na Síria e no Iraque – e isso para uma população total de 1,3 milhão.
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