O autocumprimento do “1984” de George Orwell
No início do ano passado, a universidade inglesa de Northampton publicou um “alerta de estopim” sobre o clássico 1984, de George Orwell. Este é um entre vários livros contra os quais os estudantes foram alertados. Segundo consta, o livro conteria matérias que alguns estudantes poderiam achar “ofensivas e perturbadoras”. Entrementes, os alertas de estopim não são mais nada de incomum no ambiente anglo-americano e podem rapidamente tornar-se um pré-estágio de proscrição. O deputado conservador Andrew Bridgen comentou no Daily Mail: “Gente demais entre nós renunciou voluntariamente aos seus direitos – e em lugar nenhum isso fica mais claro que em nossas universidades – para, em lugar disso, nos adaptar a uma sociedade homogeneizada, governada por uma elite liberal que nos ‘protege’ contra uma ideia que creem ser extrema demais para os nossos sentimentos”.[1] O romance de Orwell trataria de uma “polícia mental” que proíbe informações desconfortáveis para o sistema dominante. A plataforma NothantsLive critica que a Universidade de Northampton esteja censurando uma obra que alerta contra os perigos da censura.
Nota
- Brian McGlennon e Tom Hitchenor, “University of Northampton’s trigger warning on George Orwell’s 1984”, NorthantsLive, 24 jan. 2022. Disponível em: https://www.northantslive.news/news/northamptonshire-news/university-northamptons-trigger-warning-george-6541015.