Afeganistão: Cristãos continuam ameaçados de morte por apostasia
O relatório anual da Comissão Americana de Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), publicado em fins de abril deste ano, constata que os cristãos do Afeganistão continuam em perigo. A informação vem do Grupo de Trabalho sobre Liberdade Religiosa e Direitos Humanos de Cristãos Perseguidos (AKREF). Desde a retirada dos EUA do Afeganistão em agosto de 2021 e a subsequente tomada do poder pelo Talibã, cresceram as ameaças aos cristãos – todos considerados como apóstatas (murtadd) do islã – e outras minorias religiosas. A USCIRF recomendou ao governo americano que declarasse o Afeganistão um “país particularmente preocupante”. Conforme o relatório de 2022 da USCIRF, os “cristãos convertidos” estão entre os que “praticam sua fé de forma oculta por temerem represálias e ameaças por parte do Talibã e em separado da Província de Khorasa – Estado Islâmico (ISIS-K)”. O relatório revela que os talibãs vão de porta em porta em busca de cristãos. Sob o domínio do Talibã, os cristãos também ficam expostos a um risco maior de violência e morte por parte dos seus vizinhos e até dos seus amigos e parentes. Desde meados de 2021, os talibãs requerem dos cristãos que abandonem o país, que se convertam ao islã ou que se arrisquem a morrer. As potências ocidentais também são responsáveis pela situação dos cristãos afegãos. Elas também fracassaram amplamente quando se tratava de apoio a cristãos que fugiram do Afeganistão sob risco de vida, necessitando agora de lugares seguros para se reinstalarem. Em seu relatório, a USCIRF apela ao governo americano a ampliar seu programa de acolhida de refugiados a fim de incluir especialmente “minorias religiosas afegãs extremamente ameaçadas de perseguição religiosa”.