Haifa, setembro de 2022

No próximo dia 1º de novembro haverá eleições em Israel pela quinta vez em três anos e meio. Aconteceu o que se esperava. O governo de Naftali Bennett e Yair Lapid fracassou depois de um ano por causa das extremas diferenças na coalizão. Bennett se retirará provisoriamente da política e não participará das próximas eleições. Durante o governo de transição, Yair Lapid atuará como primeiro-ministro.

Quais serão as perspectivas de, nas próximas eleições, se obter um resultado diferente e um governo estável? Para sermos honestos, não há motivo para grande otimismo. É verdade que os prognósticos depõem a favor de Netanyahu e seu partido Likud, mas essa situação já tivemos várias vezes. A cada vez, esse partido tem aumentado um pouco, mas sempre às custas dos respectivos parceiros de coalizão, de modo que o resultado acaba por ser insuficiente para obter maioria.

Ninguém poderá efetivamente prever qual será o resultado das eleições agora programadas – se haverá um deslocamento no ambiente político ou se ficará tudo mais ou menos na mesma. Muita coisa sugere que não haverá grandes mudanças, até porque as diversas posições políticas estão bastante enrijecidas.

Infelizmente, é preciso dizer que, para muitos líderes partidários, Benjamin Netanyahu é o empecilho para ingressar em um governo de coalizão com o Likud. Por isso, os prognósticos para um governo estável infelizmente não são bons – e é justamente disso que Israel necessita urgentemente. Todavia, pode ser que alguns dos pequenos partidos não consigam vencer a barreira dos quatro assentos e que, então, a distribuição dos assentos ainda se desloque a favor de um ou do outro lado.

Quando Yair Lapid assumiu o seu posto, ele mencionou em seu discurso pela televisão os problemas mais urgentes de Israel. Entre esses, ocupa uma posição importante a ameaça pelo Irã, que se aproxima cada vez mais das fronteiras de Israel através da Síria e do Líbano. Ainda recentemente, Israel derrubou três drones do Hezbollah vindos do Líbano e que estavam a caminho de uma das plataformas de perfuração de Israel no Mediterrâneo. Com o Líbano levantou-se uma controvérsia sobre a linha de soberania no Mediterrâneo, porque se trata aqui de grandes jazidas de gás.

A visita do presidente americano Joe Biden à região, mas principalmente a Israel e à Arábia Saudita, sublinha a urgência dos problemas no Oriente Próximo. Não só Israel, mas toda uma série de países árabes moderados sente-se cada vez mais ameaçada pelo Irã. Para enfrentar essa ameaça, o recém-empossado primeiro-ministro israelense Yair Lapid anunciou a ampliação da chamada “Aliança de Abraão” com mais países árabes, a fim de estabelecer assim uma frente forte contra a ameaça vinda do Irã.

Com a guerra na Ucrânia, o mundo enfrenta um novo foco de crise, o qual, na verdade, ninguém sabe como terminará. Apesar de tudo, porém, o foco de crise no Oriente Médio não pode ser negligenciado, porque tem o potencial de desencadear um incêndio mundial – inclusive porque o Irã e seu regime dos mulás não renunciou à intenção de aniquilar o Estado judeu.

No entanto, saber que, acima de tudo, o Deus onipotente está executando suas intenções com este mundo e especialmente também com Israel nos proporciona confiança e tranquilidade em meio a todas as inquietações deste mundo.

Unidos nessa confiança e tranquilidade, saudamos cordialmente a todos com shalom de Israel.

Fredi Winkler é guia turístico em Israel e dirige, junto com a esposa, o Hotel Beth-Shalom, em Haifa, que é vinculado à missão da Chamada.

sumário Revista Chamada Setembro 2022

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