Haifa, julho de 2022

Jesus, antes de ser elevado às alturas diante dos olhos de seus discípulos, disse-lhes para ficarem em Jerusalém e lá esperar pela promessa do Pai (At 1.4). Ele também diz: “Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” (At 1.8).

Quando essa promessa foi cumprida na festa bíblica de Shavuot, ou Pentecostes, Pedro foi convidado a explicar os eventos extraordinários que ocorreram. O Espírito de Deus o capacitou a explicar com base nos profetas – isto é, Joel 2.28-32. Contudo, se você ler os versículos, perceberá que nada do que está escrito foi realmente cumprido naquela época – exceto o que está escrito no versículo 29: “Até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias”.

Pedro começa dizendo: “E acontecerá nos últimos dias, diz Deus...” (At 2.17). Não encontramos essa formulação introdutória em Joel, mas toda a passagem do profeta é sobre os últimos dias.

Para Israel e Judá, os “últimos dias” haviam chegado, em certo sentido. A destruição do templo e de Jerusalém e a dispersão entre todos os povos eram iminentes. Essa profecia sobreposta nos mostra como a primeira e a segunda vindas de Jesus pertencem uma à outra e formam uma unidade. O que não foi cumprido então ainda está para ser cumprido e será cumprido na segunda vinda de Jesus.

Eventos preocupantes recentes nos fazem cada vez mais refletir se o que Jesus falou no discurso do Monte das Oliveiras (Mt 24–25) já aconteceu. A esse respeito, há material suficiente para as especulações mais loucas. Quando o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, alertou que a guerra na Ucrânia poderia levar à Terceira Guerra Mundial, surgiram razões suficientes para se preocupar.

A pergunta é: o que essas reflexões causam em nós? Medo ou alegria pela proximidade da vinda do Senhor? O que aconteceu no dia de Pentecostes deve novamente nos fortalecer e inspirar. O que Jesus disse aos seus discípulos foi, naturalmente, válido em primeiro lugar para os apóstolos, mas também é válido para todos os que creem em Jesus, desde os tempos antigos até os nossos dias. A afirmação de Jesus – “vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo” – também vale para nós, porque é o mesmo Espírito Santo que guia, dirige e preserva os crentes.

É claro que o poder que o Senhor celestial prometeu aos seus não significa poder físico, mas o poder do Espírito Santo, do qual precisamos mais do que nunca nestes tempos de escuridão espiritual, a fim de discernirmos o que vem de Deus e o que é humano.

Vista dessa forma, a Festa de Pentecostes deve ter uma atualidade completamente nova para nós – não apenas um lembrete do que aconteceu no passado. Aquela época e a época antes de seu retorno estão intimamente relacionadas, e precisamos de seu Espírito para nos guiar por esses dias.

Comprometido com o Senhor e seu Espírito, saúdo-vos calorosamente com Shalom, vosso Fredi Winkler.

Fredi Winkler é guia turístico em Israel e dirige, junto com a esposa, o Hotel Beth-Shalom, em Haifa, que é vinculado à missão da Chamada.

sumário Revista Chamada Julho 2022

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