Norbert Lieth

Norbert Lieth

No hemisfério norte, o mês de maio está sem dúvida entre os mais belos do ano, e não é só por causa do aniversário da minha esposa neste mês. Em toda parte brota vida nova, cores vivas pintam a paisagem, e verde novo enfeita as florestas e os prados. Voltamos a ver animais nos pastos, os bezerros saltam por aí, os passarinhos cantam e tudo se reanima alegremente. Até parece que a natureza agradece a Deus pela vida que ele concede.

O abril da crucificação e da morte ficou para trás, Pentecostes e o despertar de uma nova vida vêm aí. “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que não pode ser destruída, que não fica manchada, que não murcha e que está reservada nos céus para vocês” (1Pe 1.3-4).

Há de surgir uma comunidade composta de todas as nações, gente de todas as partes do mundo será salva, recebendo uma vida nova e permanente. “Porque vocês foram regenerados não de semente corruptível, mas de semente incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (1Pe 1.23).

Maio também me lembra a fundação do Estado de Israel. Em 14 de maio de 1948, Ben Gurion proclamou em Tel Aviv a nova vida de um Estado judeu: “Por 2 mil anos esperamos por este momento. Agora aconteceu. Quando os tempos se cumprem, nada pode resistir a Deus”.

“Tel” significa colina, muitas vezes alguma antiga colina arqueológica. “Aviv” significa primavera e aponta para algo novo, em formação, que brota. Em resumo, portanto, Tel Aviv significa “terra antiga-nova”. A terra dos judeus já existia há séculos, mas se perdeu na guerra judaica, e seus habitantes foram dispersos por todo o mundo. Depois voltaram e surgiu algo novo.

A figueira que secara retornou (Mc 11.11-14,19-21; 13.28-31), se bem que ainda em estado seco. Entendo que nos tempos vindouros do Apocalipse seus ramos amolecerão e farão brotar folhas. Então muitos israelitas passarão a crer no Messias, o que é simbolizado pelo amolecimento dos ramos e as novas folhas brotando. Cento e quarenta e quatro mil judeus serão selados (Ap 7). Eles constituem as primícias e atrairão outros para si (Ap 14.4). Duas testemunhas se apresentarão em Jerusalém para anunciar a mensagem de Deus (Ap 11). Com os eventos ligados a isso, mais pessoas passarão a crer (Ap 11.13), e então o futuro reino messiânico estará às portas (Ap 11.15-17). Muitos dos que passaram a crer no Messias estarão dispostos a entregar sua vida por Yeshua (Ap 12.11-12). Uma parte do Israel convertido encontrará no deserto um refúgio contra o dragão (Ap 12.13-17). Será anunciado um evangelho eterno (Ap 14.6). A geração que vir esses inícios dos novos brotos da figueira também será a que verá a volta de Jesus.

Um lindo paralelo no Antigo Testamento também aponta para isso: “Quanto a vocês, montes de Israel, vocês produzirão os seus ramos e darão os seus frutos para o meu povo de Israel, o qual está prestes a vir. Porque eis que estou do lado de vocês. Eu me voltarei para vocês, e vocês serão lavrados e semeados. Multiplicarei pessoas sobre vocês, toda a casa de Israel, sim, toda ela. As cidades serão habitadas e as ruínas serão reconstruídas... Eu lhes darei um coração novo e porei dentro de vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ez 36.8-10,26).

- O grande objetivo é que Israel volte a frutificar (v. 8).

- Isso se correlaciona com o retorno do Messias (v. 9).

- Antes disso, a terra voltará a ser cultivada e as cidades serão novamente habitadas (v. 10).

- Finalmente, o povo renascerá (v. 26).

Maio é realmente um belo mês e ele desperta lembranças do que já aconteceu e aponta para o futuro. Deus mesmo diz: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21.5).

Norbert Lieth é autor e conferencista internacional. Faz parte da liderança da Chamada na Suíça.

sumário Revista Chamada Maio 2022

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