Samuel Rindlisbacher
Em Romanos 9.21 lemos: “Será que o oleiro não tem direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro para desonra?”. É provável que todos saibamos como é a consistência da massa com que o oleiro trabalha: é argila macia e moldável em todas as direções, permitindo formar dela os mais diversos recipientes.
Não nos lembraria essa argila nossa própria natureza – nosso ser moldado de barro? Gênesis 2.7 diz: “Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente”.
A massa do oleiro é a argila macia e moldável, e é a esta que Paulo se refere. Por enquanto, nem seu conteúdo nem seu formato estão definidos porque a argila ainda não endureceu. Só depois disso acontecer e o processo de queima tiver revelado a verdadeira qualidade do vaso determina-se sua utilização definitiva.
Nossa vida também é assim. Todos somos barro nas mãos do Oleiro. Ele quer moldar-nos para fazer de nós vasos em sua honra. No entanto, para isso ele depende da nossa anuência. Afinal, a Bíblia diz: “Meu filho, preste bem atenção no que eu digo, e que os seus olhos se agradem dos meus caminhos” (Pv 23.26). Se atendermos ao pedido de Deus e lhe entregarmos nosso coração e nossa vida, ele poderá moldar-nos de acordo e fazer de nós um vaso de honra, tornando-nos firmes.
A Bíblia diz: “Por isso, irmãos, procurem, com empenho cada vez maior, confirmar a vocação e a eleição de vocês; porque, fazendo assim, vocês jamais tropeçarão” (2Pe 1.10).
Se, porém, rejeitarmos o que Deus nos diz, se recusarmos sua oferta de salvação, acontecerá o que lemos em Efésios 4.17-19: “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico: não vivam mais como os gentios, que vivem na vaidade dos seus próprios pensamentos, tendo o seu entendimento obscurecido, separados da vida que Deus concede, por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração. Tendo-se tornado insensíveis, eles se entregaram à libertinagem para, de forma desenfreada, cometer todo tipo de impureza”.
O vaso que nos tornaremos é decisão nossa. Se aceitarmos a salvação que Deus nos oferece, seremos vasos de honra. Se, porém, a rejeitarmos, seremos vasos de desonra. A decisão cabe a nós – hoje, agora!
Ao longo da nossa vida ocorrerá a consolidação – de forma lenta, progressiva e vitalícia. Ou para formar um vaso de honra ou um vaso de desonra.
Os vasos da ira, que não atendem àquilo que Deus diz, vão assim perdendo cada vez mais qualquer sensibilidade espiritual. Tornam-se cada vez mais desenfreados, e acabam finalmente numa ganância insaciável, uma ganância que não conhece fim e cujo fogo ardente nunca se apaga.
Já os vasos de honra consolidam o seu chamado e sua eleição. Deus os chamou e eles aceitaram o chamado. Disseram sim ao convite de Deus e então Deus passa a moldar seu vaso – um vaso de honra; um vaso de santidade e pureza; um vaso no qual Deus mesmo habita por meio do seu Santo Espírito.
Permita-me perguntar: que tipo de vaso você é? Você faria a argila do seu coração se consolidar pelo “endurecimento” do seu coração, tornando-se assim um vaso de desonra? Ou você entregará seu coração – sua vida – a Jesus para que este possa fazer dele um vaso para sua honra?
Quero encerrar com a palavra de Hebreus 3.7: “Por isso, como diz o Espírito Santo: ‘Hoje, se ouvirem a sua voz, não endureçam o coração...’”.