Há 80 anos, a Alemanha nazista introduzia a estrela amarela

A estrela amarela, uma ideia de Reinhard Heydrich, o chefe da Gestapo, era uma identificação compulsória de todos os cidadãos alemães que, segundo as leis de Nuremberg de 1935, eram legalmente considerados judeus. Os próprios atingidos tinham de pagar o distintivo, que custava dez centavos de marco. A estrela, do tamanho da palma de uma mão, deveria ser aplicada no lado esquerdo do peito, “perto do coração”, e continha em letras pretas a palavra “judeu”, cujo desenho pretendia lembrar a escrita hebraica e zombar dela. Essa estigmatização externa servia para facilitar a localização dos judeus a fim de tornar mais eficientes as deportações que se iniciavam.

Essa estigmatização não era propriamente nova. Já na Idade Média existiram imposições semelhantes por meio de braçadeiras ou capuzes. Dois anos após o fim da guerra, o escritor judeu Victor Klemperer anotou a respeito: “[...] 19 de setembro de 1941. A partir de então passou-se a exigir o porte da estrela judia, a estrela de Davi, de seis pontas, na cor amarela, que ainda hoje simboliza peste e quarentena e que na Idade Média era a cor identificadora dos judeus, a cor da inveja e da bile misturada ao sangue, a cor do mal a ser evitado”.

Hoje em dia, muitos judeus na América e na Europa evitam identificar-se como tais por medo de reações antissemitas. Em geral, voltaram a viver isolados – tal como antes de 1939 – e esperam mais empenho contra o antissemitismo e a xenofobia.

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sumário Revista Chamada Dezembro 2021

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