Norbert Lieth

Norbert Lieth

A Alemanha celebrou o Dia da Unidade Alemã no dia 3 de outubro. No entanto, notícias de desentendimentos e desunião são ouvidas cada vez mais em toda parte. Nossa sociedade aqui está dividida em torno de questões de direito e liberdade. As frentes se endurecem. Além disso, em muitos lugares declarados cristãos predomina o oposto daquilo que Cristo deseja. Não existe a unidade de que ele falou em sua oração sacerdotal: “A fim de que todos sejam um. E como tu, ó Pai, estás em mim e eu em ti, também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17.21).

Muitos se deixam dominar por conflitos e acusações mútuas em vez de cultivar o amor fraterno. A falta de tranquilidade social também não se detém diante das portas das igrejas. Os cristãos giram em torno de si mesmos ou dos seus “Paulos”, “Apolos” e “Pedros”, e não de Cristo. O homem vem ocupando o centro. Os seguidores do Cordeiro cobram seus direitos e lutam como touros. Não se vê nenhum vestígio da natureza de cordeiro do seu Salvador, conforme a advertência do apóstolo Paulo aos gálatas: “Mas, se vocês ficam mordendo e devorando uns aos outros, tenham cuidado para que não sejam mutuamente destruídos” (Gl 5.15).

Cada um quer ser mais bíblico que o outro, mas quase ninguém percebe o quanto todos estão distantes da Bíblia. Muitas vezes, a situação se parece com a dos antigos coríntios: “Irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, peço-lhes que todos estejam de acordo naquilo que falam e que não haja divisões entre vocês; pelo contrário, que vocês sejam unidos no mesmo modo de pensar e num mesmo propósito. Refiro-me ao fato de cada um de vocês dizer: ‘Eu sou de Paulo’, ‘Eu sou de Apolo’, ‘Eu sou de Cefas’, ‘Eu sou de Cristo’. Será que Cristo está dividido? Será que Paulo foi crucificado por vocês ou será que vocês foram batizados em nome de Paulo?” (1Co 1.10,12-13). É uma vergonha para nós.

O céu nos demonstra o que significa a unidade. No centro da glória, cercado dos anjos e dos anciãos celestiais, está o cordeiro que foi morto: “Então vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, em pé, um Cordeiro que parecia que tinha sido morto” (Ap 5.6a). Haverá unidade onde Jesus, o crucificado, estiver no centro.

Onde todos se concentram nele como Centro, onde o seu trono governa o nosso coração, onde o seu sacrifício também é para nós a base de perdão mútuo, ali há unidade, “se”, escreve Paulo, formos “sempre humildes e amáveis, tolerando pacientemente uns aos outros em amor” (Ef 4.2, NVT). Isso é o que queremos fazer.

O coração de todos nós deveria ser dominado pelo que li em certa poesia: “Por mais que o irmão seja diferente, nossa intenção é a mesma; a estrutura é diferente, mas todos constroem um só reino. Por isso, irmãos, alarguem o coração para que o egoísmo fuja. Na eternidade, todos também cantaremos o mesmo hino”.

Maranata. Vem, Senhor!

Norbert Lieth é autor e conferencista internacional. Faz parte da liderança da Chamada na Suíça.

sumário Revista Chamada Novembro 2021

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