Como viver neste mundo tempestuoso?

Observamos que, “na terra, as nações estarão em angústia e perplexidade com o bramido e a agitação do mar” (Lc 21.25). Como deveríamos lidar com isso? Como conduzir a nossa própria vida em tempos tão intranquilos?

É interessante observar o que constou numa declaração governamental da cidade suíça de Berna em 1831, depois de um temporal atingir a região: “Peçamos ao Todo-Poderoso que nos conceda seu santo e bom Espírito para que no futuro façamos mais do que até agora, segundo a vontade dele. Plantem temor a Deus, cada um antes de tudo em seu próprio coração, depois em sua casa e por meio disso também em todo o povo. O temor a Deus é o fundamento de toda felicidade; por meio dele os nossos pais mantiveram no passado a disciplina e a ordem, por meio dele tornaram-se diligentes, satisfeitos, dispostos para todo dever, por meio dele tinham força em cada perigo e tranquilidade na hora da morte. Lutemos por esse precioso bem para que ele volte a residir entre nós.

“... a essa bela virtude alia-se então o amor ao próximo, essa indispensável condição para a íntima satisfação. Por ela o coração é enobrecido e a vida, embelezada. Eliminemos por isso do coração toda paixão maligna, todo ódio, toda inveja, toda vingança, todo egoísmo que nos afasta do reino de Deus e por meio do qual toda felicidade alheia é destruída e todo bem próprio perde o valor pela indisposição. Exerçam amor e benignidade para que o amor de Deus os acompanhe. Ajudem onde puderem ajudar, aliviem o sofrimento e a miséria onde os encontrarem.”[1]

Bênção dos Padrões Bíblicos

“Como é feliz a nação que tem o Senhor como Deus...” (Sl 33.12). Ao que parece, antigamente os suíços ainda tinham consciência disso e agiam de acordo. Hoje a situação infelizmente é diferente. Não temos mais normas e padrões de valor comprometidos com a Bíblia. A ética contemporânea tornou-se uma ética situacional que coloca o ser humano no centro: o homem com seus desejos, suas ideias e carências.

Quais são as consequências para a nossa sociedade? Se apenas o bem-estar pessoal ocupar o centro, os direitos dos mais fracos rapidamente serão pisoteados. Como consequência dessa ética situacional, vemos atualmente milhões de crianças abortadas; eutanásia de adultos (e parece ser apenas uma questão de tempo para que também seja possível com crianças); e o casamento como instituição cristã de união vitalícia entre um homem e uma mulher ficou obsoleto, pois pretende-se que sejam possíveis relacionamentos entre parceiros alternativos e múltiplos de diferentes orientações, no qual os limites naturais entre os sexos são removidos e substituídos por ficções.

Como chegamos a tal ponto? Como cristãos, cabe-nos buscar para isso orientação na Bíblia, que diz: “Quem zomba da instrução [de Deus] pagará por ela, mas aquele que respeita o mandamento será recompensado. Onde não há revelação divina, o povo se desvia; mas como é feliz quem obedece à lei!” (Pv 13.13; 29.18).

A ética bíblica é vivenciada quando os padrões bíblicos são aplicados. Quando isso ocorre, o homem se torna um ser humano verdadeiro, capaz de atingir seu pleno potencial, tornando-o uma criatura de Deus responsável por aquilo que diz, pensa e faz. Alguém com esse perfil reconhece sua responsabilidade perante uma instância superior, ou seja, Deus. Na prática, isso significa viver o amor ao próximo, exercer misericórdia, demonstrar compaixão, comprometer-se com a fidelidade e praticar autonegação. Um “homem de Deus” (1Tm 6.11) será um trabalhador honesto e diligente, satisfeito com o que está disponível (contentamento). É alguém que paga pontualmente suas contas e cumpre seus compromissos. Seu vizinho não é o estranho ao lado, mas um ser humano sob o amor de Deus e que por isso também necessita de compaixão e participação. Assim, ele é tratado com estima, consideração e respeito. Ele lida de modo responsável com os recursos da natureza, sem exploração ou destruição, mas edificando, protegendo e conservando.

De acordo com esses princípios, o teólogo luterano August Hermann Francke criou um sistema educativo aberto a todos. Com base nessa moral do trabalho descrita acima, criaram-se em Genebra os precursores dos atuais bancos e da indústria relojoeira. Na Inglaterra, a enfermeira Florence Nightingale revolucionou a enfermagem. Essa lista poderia ser estendida à vontade – basta pensar na Cruz Vermelha, na obra missionária Christoffel de atendimento a cegos e em outras organizações assistenciais.

Todas essas organizações e instituições tiveram como fundamento uma ética cristã comprometida com honestidade, diligência e senso de dever, aplicando o mandamento do amor ao próximo e da misericórdia.

O que nos marca hoje? Nossos tempos também deixam seus rastros entre nós como cristãos, de modo que precisamos nos questionar: que norma ética realmente fundamenta minhas decisões? Será que continuo comprometido com a ética bíblica? Ainda mantenho nítidas noções de valores bíblicas? Minhas atitudes continuam sendo determinadas pelo ideal cristão?

Se olharmos um pouco ao redor – na cristandade –, veremos muitos portando uma cruz suspensa no pescoço, frequentando ocasionalmente os cultos, talvez cantando no coral da igreja ou ativos no ministério cristão para jovens. Mas o que é que efetivamente nos marca?

Permita-me ser pessoal. Não focalizemos o mundo em torno de nós, mas o nosso mundo: como lidamos com a verdade? Falamos a verdade ou aplicamos mentiras de conveniência? Quais são os filmes que olhamos? Já nos acostumamos com pecado, adultério e pornografia? Como vivemos?

O padrão ético da Palavra de Deus é claro: “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus?” (1Co 6.9).

Diante do que ocorre neste mundo, poderíamos alegar que os tempos mudaram. Minha vida particular não é da conta de ninguém. E, afinal, o amor não está acima de tudo? Contudo, permanece a verdade de que como cristãos não respondemos ao mundo, mas a Cristo. Se nos intitularmos cristãos, levaremos em nosso nome o padrão com o qual nos comprometemos, e este é Jesus Cristo e sua Palavra.

Como cristãos não respondemos ao mundo, mas a Cristo

Como cristãos, somos “embaixadores de Cristo” (2Co 5.20). Nossa incumbência será: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). É isso que devemos fazer, sendo “santos e irrepreensíveis em sua presença”, em amor (Ef 1.4).

O Grande Dilema

No entanto, vivemos em um mundo no qual o prazer é o critério para tudo, no qual o pecado é a busca universal, no qual as coisas santas são pisoteadas e Deus é ridicularizado. Aí cabe perguntar: como viver no meio de tudo isso?

Antes de tudo, é preciso lembrar que os cristãos não são super-homens. Eles também têm deficiências e cometem erros. Os cristãos também têm limites e precisam conviver com debilidades. Os cristãos também se enganam, fracassam e decepcionam. Mas para o cristão existe um apesar – o cristão tem a promessa de ter sido aceito por Jesus. Deus é o nosso Pai. Como cristão, posso contar com um maravilhoso futuro. Virá o dia em que estarei com Jesus no céu. Apesar de viver neste mundo cheio de medo e incerteza, o cristão pode ter paz no coração por saber que Jesus tem o controle de tudo. O cristão pode sofrer ódio e rejeição, mas continua tendo esta certeza: Jesus me ama acima de tudo!

O cristão pode sofrer ódio e rejeição, mas continua tendo esta certeza: Jesus me ama acima de tudo!

Assim, o cristão vive em meio a este mundo, no entanto não é parte dele. Isso marca todo o seu estilo de vida. Como isso fica na prática dos nossos dias? Paulo traz uma aplicação a esse respeito: “Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica” (Ef 6.14-18a).

Quando Paulo escreveu a carta aos Efésios (c. 60 d.C.), a cidade de Éfeso era um importante centro político, cultural e econômico, ao mesmo tempo um importante local de adoração à deusa Ártemis ou Diana. Seu templo era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Os cristãos viviam em Éfeso uma situação semelhante à que conhecemos hoje no ocidente: muita prosperidade e impiedade. Paulo, então, oferece a eles os seguintes conselhos: vivam plenamente em verdade. Vistam-se com a justiça de Deus. Estejam prontos para testemunhar sobre Jesus. Vivam uma fé bíblica genuína. Permitam que Jesus comande a mente de vocês. Orientem-se pela Bíblia – e orem sempre!

Vivendo na Verdade

Que é a verdade? Essa pergunta já foi formulada por Pilatos, mas era apenas retórica (Jo 18.38). Pois é, o que é verdade? Façamos um breve exame:

Na filosofia grega, a verdade era uma realidade que se expressava de diferentes formas dependendo do ponto de vista do observador. Por exemplo: “A moeda é redonda. Não, ela é plana”. Com isso, a verdade era algo subjetivo.

Na Idade Média predominava a opinião de que a verdade teria sua origem em Deus e que essa verdade poderia ser reconhecida por meio de raciocínio e revelação divina. Via-se Deus como a origem de toda verdade, e mais, como a Verdade em pessoa.

Em tempos mais modernos, com o iluminismo, isso mudou e o homem se declara como padrão da verdade. Semelhantemente ao pensamento grego, predomina hoje a opinião de que o homem é quem determina o conceito de verdade.

A Bíblia, porém, diz a respeito da verdade que “Ele é a Rocha, as suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto ele é” (Dt 32.4).

Deus é a Verdade em pessoa, e Jesus diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6). Paulo disse aos efésios que se cingissem com a verdade. Com isso ele quis dizer que nossa vida deve ser determinada pela pessoa de Jesus. Assim como o soldado romano fixava sua vestimenta com o cinto, a verdade de Deus deve consolidar toda a nossa vida espiritual.

Essa verdade deve nos determinar de tal modo que sejamos perfeitos naquilo que fazemos, sem aceitar ou tolerar mentiras em nossa vida, atuando com plena fidelidade, sem tolerar conscientemente nada de falso.

Vestindo a Couraça da Justiça

Robert Ley era o líder da Frente Alemã para o Trabalho e um dos principais políticos nazistas. Sobre Jesus Cristo, ele disse: “Desse eu não preciso. Não preciso de um Cordeiro de Deus para cair de joelhos a fim de implorar por graça. Os cristãos que façam isso, esse povo covarde e marica. Eu me ponho de pé diante do Senhor meu Deus, e se alguma vez eu tiver cometido um erro, eu mesmo vou assumir o resultado disso diante de Deus”.[2]

Ele afirmava não precisar de um Cordeiro que o vestisse com sua justiça. Durante o processo em Nuremberga, porém, quando a justiça lhe foi cobrada, preferiu cometer suicídio em sua cela a encará-la. Nós, cristãos, podemos nos envolver no manto de justiça de Jesus: “Pois ele me vestiu com as vestes da salvação e sobre mim pôs o manto da justiça, qual noivo que adorna a cabeça como um sacerdote, qual noiva que se enfeita com joias” (Is 61.10).

Jesus Cristo adquiriu esse “manto da justiça” na cruz do Calvário com o seu sangue, e para todo filho de Deus que se envolve nesse manto vale o que Paulo escreve: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus. Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.1,33-34).

O passado não significa nada diante disso, pois a justiça de Deus se aplica a qualquer pecador.

Preparado para Testemunhar do Evangelho

A peça mais comum do equipamento de um soldado romano era os seus calçados, que ele sempre usava. Eles faziam parte do seu equipamento básico. Da mesma forma, o testemunho de Jesus deve ser parte do equipamento básico da nossa vida cristã. “Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo suplicamos: Reconciliem-se com Deus” (2Co 5.20).

Somos portadores de uma mensagem maravilhosa. Nenhum de nós precisa continuar a servir o pecado. Existe perdão! Podemos ser salvos! Existe redenção para você e para mim. Esse é o evangelho que podemos levar a um mundo perdido, e Paulo quer nos motivar nessa direção.

Somos portadores de uma mensagem maravilhosa: nenhum de nós precisa continuar a servir o pecado.

Que possamos exibir um estilo de vida missionário e evangelístico, convidando nossos vizinhos para almoçar, por exemplo. Mostremos a eles de forma descontraída e natural como os cristãos vivem. Busquemos possibilidades de alcançar as pessoas ao nosso redor com o evangelho de Jesus. E, principalmente, vivamos um relacionamento profundo e autêntico com Jesus Cristo. Leiamos a Bíblia e oremos para que a Palavra de Jesus também se torne real em nós quando diz: “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.38).

Usando o Escudo da Fé

Esse escudo lhe proporciona a melhor defesa e proteção contra os ataques de Satanás. Em Hebreus 11, somos informados do que a fé efetivamente é: um estilo de vida que determina todo o nosso ser. A fé não é algo oculto ou secreto, mas um farol que irradia sua brilhante luz noite escura adentro.

A fé passa por este mundo cheia de admiração porque vê em toda a criação o grandioso Senhor criador, que tudo fez de forma tão maravilhosa. A fé reconhece que a redenção é necessária e confia naquilo que Jesus Cristo realizou na cruz do Calvário. A fé vive cheia de esperança e conta com o arrebatamento, uma vez que Jesus pode voltar a qualquer momento. A fé procede de modo a agradar a Deus porque sabe a quem pertence. A fé conta com resistência. A fé é frequentemente ridicularizada e provada. Sim, a fé sabe que somos estrangeiros em busca de uma morada melhor.

A fé também experimenta milagres, conta com o sobrenatural, com a intervenção divina. A fé é ousada apesar de toda oposição e dificuldade, porque sabe que, pela promessa de Cristo, o alvo será alcançado.

A carta aos Hebreus resume isso assim: “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” (Hb 11.1). E o apóstolo João diz: “Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus” (1Jo 5.5). Portanto, usemos o escudo da fé, e seremos vencedores!

Usando o Capacete da Salvação

O capacete do soldado romano protegia a parte mais importante do seu corpo: a cabeça. A sede do ser humano é seu posto de comando que concentra tudo, comanda os órgãos, emite ordens e toma decisões – é o lugar em que ocorre o pensamento, e sobre esse pensamento Paulo diz: “... transformem-se pela renovação da sua mente...” (Rm 12.2).

Nosso modo natural de pensar não corresponde ao modo de Deus e da sua Palavra. Pelo contrário, muitas coisas podem parecer boas aos nossos olhos, mas estão completamente erradas aos olhos de Deus. É como diz a Bíblia: “‘Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos’, declara o Senhor. ‘Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos’” (Is 55.8-9a).

Temos a chance de aprender de forma diferente, correspondente à Palavra de Deus. Isso ocorrerá se permitirmos que Jesus Cristo trabalhe em nós – por meio da sua Palavra, do seu Santo Espírito, de irmãos na fé que nos alertem sobre erros, e por circunstâncias da vida que Deus utiliza para nos transformar e nos remodelar segundo a sua imagem.

Dessa forma, assim como o capacete protege a cabeça, seremos guardados de falsas influências, pensamentos e perigos.

Usando a Espada do Espírito

A fim de sobreviver e perseverar espiritualmente na sociedade atual (seja como crente individual ou como igreja), a Palavra de Deus precisa ganhar a posição que lhe cabe. Neste sentido é interessante observar como a igreja primitiva em Atos dos Apóstolos lidava com a Palavra de Deus: “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações” (At 2.42).

Para eles, a Palavra de Deus era o critério para tudo. Ela determinava a vida deles, seus pensamentos e atos. Era a diretriz das suas decisões. Era o conteúdo da sua fé. Era o ponto de referência da sua vida, da sua esperança e dos seus anseios. E é exatamente a isso que precisamos retornar como cristãos individuais e como igreja de Jesus.

Precisamos ter de novo a coragem de pregar apenas a Palavra de Deus – sem restrições, sem objeções, baseando-nos unicamente na Palavra de Deus. Temos de retornar ao ponto de confiar na palavra de Deus para tudo. Ela não tem só o poder de criar o universo, mas também de proporcionar nova vida.

Requer-se de nós transmitir a Palavra com a mais profunda convicção e fé, com máxima reverência e dedicação de todas as nossas forças. Permitamos que a Palavra de Deus volte a nos empolgar: os pensamentos de Deus, suas intenções, a história sagrada e o futuro que Deus coloca à nossa porta.

Se fizermos isso, não precisaremos mais de espetáculo. Não precisaremos de shows para entusiasmar o público ou de recursos manipulativos, porque a Palavra de Deus transmitida com autoridade e vivificada pelo Espírito Santo é suficiente.

Orando Sempre

Depois de descrever a armadura, Paulo completa: “Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos” (Ef 6.18).

Orar faz parte da vida cristã assim como o batimento cardíaco. Para Davi isso era tão real que ele afirmou: “Quando me deito, lembro-me de ti; penso em ti durante as vigílias da noite” (Sl 63.6). O profeta Isaías exclamou semelhantemente: “A minha alma suspira por ti durante a noite; e logo cedo o meu espírito por ti anseia...” (Is 26.9).

A oração é a respiração da alma, e é o que posso fazer ao me levantar. Posso dar graças a Deus por sua presença durante a noite, pelo novo dia que ele me dá. Posso orar ao dirigir o carro, ao lavar a louça na cozinha, durante as compras no supermercado. Posso orar por meus filhos, agradecer por meus amigos, dizer tudo a ele, realmente tudo: minhas preocupações e alegrias, minhas angústias e temores.

Deus nos convida: “Confie nele em todos os momentos, ó povo; derrame diante dele o coração, pois ele é o nosso refúgio” (Sl 62.8).

Conclusão

Sim, vivemos em um mundo no qual o prazer é o critério para tudo, no qual o sagrado é pisoteado e no qual não há mais ética comprometedora. E diante desta situação, em que “as nações estarão em angústia e perplexidade com o bramido e a agitação do mar”, temos de perguntar como podemos viver em meio a isso.

Como vimos neste artigo, a resposta encontra-se na carta aos Efésios: viva integralmente na verdade. Vista-se da justiça de Deus. Esteja pronto para testemunhar de Jesus. Viva uma fé autêntica, bíblica, contagiante. Permita que Jesus governe sua mente. Seja alguém que ama e lê a Bíblia, e ore a cada momento!

Se fizermos isso individualmente e como igreja, de fato poderemos viver e ser luz e sal, um testemunho do nosso Senhor e uma bênção para o presente mundo. Que o Senhor nos conceda sua graça para isso!

Notas

  1. “Einsetzung des Eidgenössischen Bettages im Jahr 1831”, Gemeinde Netzwerk, 20 nov. 2013 (24 ago. 1831). Disponível em: https://www.gemeindenetzwerk.de/?p=10240.
  2. Arno Pagel, Des Meisters Ruf (Lemgo-Lieme: Schriftenmissionsverlag, s.d.).

Samuel Rindlisbacher é ancião da igreja da Chamada na Suíça e foi fundamental no desenvolvimento do grande ministério de jovens dela.

sumário Revista Chamada Outubro 2021

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