Vacinas israelenses contra o coronavírus

Uma empresa israelense pretende revolucionar as vacinações contra o coronavírus: uma vacina em forma de comprimido seria de produção mais rápida, mais fácil de armazenar e mais agradável para administrar. Os testes deverão iniciar-se em breve. Outro medicamente israelense também já teve sua produção iniciada.

A empresa israelense Oramed Pharmaceuticals, com sede em Jerusalém, quer lançar no mercado uma vacina em forma de comprimido.[1] Recentemente, a empresa anunciou uma cooperação com o Premas Biotech, um fabricante de vacinas indiano. Juntos, criaram uma empresa chamada Oravax. A Oramed preparará a apresentação do medicamento, e a Premas, o princípio ativo. A tecnologia da Oramed permite administrar por via oral ao corpo substâncias que normalmente são injetadas.

A vacina candidata da Premas visa nada menos que três proteínas estruturais do coronavírus. Com isso, ela ataca não apenas a “coroa”, ou seja, a proteína superficial do SARS-CoV-2, como é o caso das substâncias da BioNTech e da Moderna. Com isso, a vacina deverá ser “muito mais resistente contra variantes do coronavírus”, declarou ao jornal The Jerusalem Post o diretor-geral da Oramed, Nadav Kidron.

Segundo Kidron, essa planejada vacinação oral não é só mais rápida e econômica de produzir que as concorrentes. Sua administração também causaria, em geral, menos efeitos colaterais. Além disso, os comprimidos poderão ser transportados a temperaturas de geladeira ou armazenados em temperatura ambiente. Acresce ainda que “uma vacina oral poderia permitir que as pessoas a ingerissem em casa mesmo”.

A Oravax pretende iniciar o primeiro estudo clínico no segundo trimestre deste ano e está se candidatando a testes inclusive nos EUA, em Israel e na União Europeia. Além disso, a empresa tem esperança de liberações na África. Graças à sua logística mais simples, o continente poderia tirar particular proveito da vacina em comprimido.

Enquanto isso, uma outra vacina israelense em comprimido, anunciada já em fevereiro de 2020 pelo Centro de Pesquisas da Galileia, saiu de cena. O diário israelense Haaretz relata que em março o chefe do Instituto de Pesquisa Biológica de Israel, Shmuel Shapira, renunciou surpreendentemente ao seu cargo.[2] A pesquisa de uma vacina contra o coronavírus nesse instituto israelense segue lenta, e a previsão mais otimista para o lançamento da vacina está para o final deste ano.[3]

Publicado com autorização
de israelnetz.de.

Notas

  1. Maayan Jaffe-Hoffman, “Israeli company claims oral COVID-19 vaccine on its way”, The Jerusalem Post, 22 mar. 2021. Disponível em: https://www.jpost.com/health-science/israeli-company-says-oral-covid-19-vaccine-on-its-way-662712.
  2. Yossi Melman, “Israel's Biological Institute Director Quits Unexpectedly as COVID Vaccine Development Hits Snags”, Haaretz, 23 mar. 2021. Disponível em: https://www.haaretz.com/israel-news/.premium-israel-s-biological-institute-director-steps-down-as-vaccine-development-hits-snag-1.9645894.
  3. Maayan Jaffe-Hoffman, “What happened to Israel’s COVID-19 vaccine?”, The Jerusalem Post, 22 abr. 2021. Disponível em: https://www.jpost.com/health-science/what-happened-to-israels-covid-19-vaccine-666081.
sumário Revista Chamada Junho 2021

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