Vida no Mediterrâneo

O desequilíbrio ecológico vem aumentando no mar Mediterrâneo. Sua estreita abertura ao oceano Atlântico faz com que o mar Mediterrâneo, em muitos sentidos, possa ser considerado um mar interior. Quanto mais longe se olha para o leste do mar Mediterrâneo, em direção à Turquia, à Síria, ao Líbano e principalmente a Israel, tanto mais se nota um “clima continental”. Nas últimas quatro décadas, justamente ali a temperatura da água subiu 3º C. De qualquer modo, ao longo dos cerca de 275 km de extensão do litoral israelense, a temperatura do mar Mediterrâneo é a mais alta, atingindo às vezes 30º C por meses. Entre pesquisadores marinhos que se ocupam com as mudanças climáticas, comenta-se em uma mortandade de espécies que vem assumindo proporções cada vez maiores. Os mais diversos moluscos marinhos locais estão ameaçados de extinção. Somente 12% das espécies de moluscos ainda se encontram em mar aberto, e nas regiões costeiras rochosas, apenas 5%. Não menos alarmante é que, dos mariscos, lesmas e polvos, cerca de 60% não se desenvolvem mais até a maturidade reprodutiva. Por outro lado, constata-se uma maciça penetração de espécies invasivas que preferem águas mais quentes. Os dois fenômenos perturbam maciçamente o equilíbrio ecológico. Um dos cientistas que mais se ocupa com o tema opinou que essas mudanças são “um anúncio do que ocorrerá em todos os oceanos”.

Mediterrâneo
sumário Revista Chamada Junho 2021

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