O movimento BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções)

O BDS foi cofundado em 2005 pelos líderes da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas e Omar Barghouti, que buscam abertamente a destruição de Israel.[1] Na premissa de que Israel é um país de “apartheid” que merece ser pressionado por meio de boicotes, como aconteceu na África do Sul, o movimento BDS se espalhou como fogo em todo o mundo. O princípio do boicote econômico, acadêmico ou artístico pode ter mérito se a entidade visada for culpada e a entidade que boicota for ética e consistente. No entanto, os antissemitas usam o BDS com malícia e inconsistência, enquanto seguidores desinformados se juntam às fileiras com a consciência limpa. Infelizmente, a verdade factual não é mais necessária para avaliar a validade de uma reivindicação, especialmente se for feita contra Israel. Liberais, estudantes universitários, políticos, artistas e até algumas denominações cristãs justificam ostracizar Israel em nome da tolerância e da justiça social.

O BDS não está buscando reconciliação com os palestinos; ele tem como objetivo destruir Israel. Como disse AbuKhalil, professor da Universidade Estadual da Califórnia e ativista do BDS, “o verdadeiro objetivo do BDS é derrubar o Estado de Israel [...] que deve ser declarado como um objetivo inequívoco. Não deve haver qualquer ambiguidade sobre o assunto. Justiça e liberdade para os palestinos são incompatíveis com a existência do Estado de Israel”.[2] Além disso, como observado pelo autor francês Pierre-André Taguieff em Israël et la Question Juive[Israel e a questão judaica], “os defensores do BDS esperam que pessoas desinformadas ou mal informadas acreditem em suas mensagens pró-Palestina de antirracismo acusando Israel de racismo enquanto são culpados de antissemitismo”.[3] A ironia deve ser observada. Seja como for, o movimento BDS é antissemita.[4]

Trecho extraído do livro O Que Devemos Pensar de Israel?, p. 247-248., disponível em loja.chamada.com.br

Notas

  1. Alan Dershowitz, The Case Against BDS: Why Singling Out Israel for Boycott Is Anti-Semitic and Anti-Peace (Nova York: Post Hill Press, 2018), p. 9-10.
  2. Shahar Azani, “Facing the truth about BDS”, The Times of Israel, 5 jun. 2015. Disponível em: https://blogs.timesofisrael.com/facing-the-truth-about-bds/.
  3. Pierre-André Taguieff, Israël et la Question Juive (Paris: Les Provinciales, 2011), p. 60-61.
  4. Dershowitz, The Case Against BDS, p. 245-249.

Olivier J. Melnick nasceu na França entre sobreviventes do Holocausto. Formou-se no Moody Bible Institute e atua no Chosen People Ministries. É palestrante internacional sobre antissemitismo moderno e pós-moderno e autor.

sumário Revista Chamada Maio 2021

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