Controle total?
A ID2020 é uma “aliança de grupos empresariais de alta tecnologia, como a Microsoft e a Accenture com a Fundação Rockefeller, de organizações assistenciais como a CARE e a aliança pró-vacina GAVI. Seus cooperadores incluem o governo norte-americano, a comissão da UE e a UNHCR – a obra assistencial para refugiados da ONU”. Conforme relata o site de notícias suíço SRF, ela planeja algo revolucionário, qual seja “uma identidade digital transnacional, que reunirá todas as informações sobre cada indivíduo: atestados educacionais e de vacinação, situação financeira, contas no Facebook, dados gerados por celulares”. A pessoa deverá poder decidir por conta própria mediante um app quais seriam os dados armazenados digitalmente a que outros possam ter acesso. Junto com essa identidade digital haveria também dados biométricos que permitirão viajar sem passaporte, e um reconhecimento facial até poderia reconhecer se a pessoa foi vacinada ou não. “Admirável mundo novo”, escreve Thomas Kruchem: “Viajaremos com mais conforto; aqueles até então excluídos terão acesso a assistência social básica; as autoridades não precisarão de tanto papel, tempo e pessoal de segurança”. Mas qual seria o reverso sombrio disso? Com o potencial de um controle tão pleno, “também a democracia passaria a existir apenas no papel”. A conclusão de Kruchem é que “‘os maiores inimigos da liberdade são os escravos felizes’, como disse a escritora austríaca Marie von Ebner-Eschenbach. Hoje há quase só lutadores solitários se engajando pela proteção aos nossos dados e à nossa liberdade”.[1]
Nota
- Thomas Kruchem, “Die Blockchain weiss alles – kommt die totale Überwachung?”, SRF, 17 out. 2020. Disponível em: https://www.srf.ch/kultur/gesellschaft-religion/digitale-identitaet-die-blockchain-weiss-alles-kommt-die-totale-ueberwachung.