A reunião da descendência de Israel

“‘Por isso, não tema, Jacó, meu servo! Não fique assustado, ó Israel!’, declara o Senhor. ‘Eu o salvarei de um lugar distante, e os seus descendentes, da terra do seu exílio. Jacó voltará e ficará em paz e em segurança; ninguém o inquietará’” (Jr 30.10).

Em 1888, há quase 140 anos, aproximadamente 35 mil judeus chegaram ao Porto de Jaffa. A maioria dos imigrantes veio da Europa Oriental, e um número menor do Iêmen. A primeira Aliá foi definida como “a ressurreição política, nacional e espiritual do povo judeu na Palestina”. Durante os primeiros anos depois da chegada da primeira leva, porém, quase metade deles voltou (deixou o país).

Na segunda Aliá vieram mais ou menos 40 mil judeus, principalmente da Rússia e de países do Leste Europeu. Em sua maior parte, eram pessoas jovens inspiradas por ideias socialistas; por isso, elas estabeleceram assentamentos agrícolas comunais chamados kibutzim, inspirados pelo kolkhoz russo. Em 1909, o kibutz Degania foi estabelecido.

Durante a terceira Aliá, novamente chegaram aproximadamente 40 mil judeus, a maioria da Rússia. Isso foi entre 1919 e 1923.

A quarta Aliá, de 1924 a 1929, trouxe perto de 82 mil judeus, principalmente poloneses.

A quinta Aliá, entre 1929 e 1939, viu quase um quarto de milhão de judeus chegarem na Terra Prometida.

A Aliá Bet (ou “B”), de 1939 a 1948, foi bastante dificultada pela publicação britânica do White Paper [Relatório branco], que dava permissão para que apenas um número muito limitado de judeus – 75 mil – migrasse para sua terra ancestral.

Na época da proclamação do Estado de Israel, a população era de mais ou menos 600 mil pessoas. Hoje, a população israelense está se aproximando dos nove milhões.

Por que os judeus vieram para a terra de Israel depois de quase dois milênios? A resposta é simples: cumprimento da profecia bíblica.

Quando lemos as palavras reconfortantes de Deus para o povo de Israel em Jeremias 30, percebemos que a última parte ainda não se cumpriu: “... ficará em paz e em segurança; ninguém o inquietará”.

Hoje em dia, Israel tem muitos motivos para ficar inquieto. No sul, o Hamas governa Gaza e prometeu não descansar até que Israel seja destruído. No norte, particularmente na terra do Líbano, o Hezbollah é a maior força militar não governamental existente. A ideologia do Hezbollah pode ser resumida como “radicalismo xiita”.

A Primeira Aliá: os assentamentos agrícolas de Biluim nos anos 1880 foram os pioneiros do movimento dos kibutzim. (Imagem de Wikipedia.com)

A Wikipédia diz o seguinte a respeito do Hezbollah:

Em uma entrevista de 1999, Nasrallah enumerou as três “exigências mínimas” do grupo: “A retirada de Israel do sul do Líbano e do oeste do vale do Beca, a retirada de Golã e o retorno dos refugiados palestinos”. Um objetivo adicional é a libertação de prisioneiros contidos em prisões israelenses, alguns dos quais já estão presos há 18 anos. “Nosso objetivo é liberar as fronteiras de 1948 da Palestina [...] Os judeus que sobreviverem a essa guerra de libertação podem voltar para a Alemanha ou para onde quer que eles tenham vindo.” Ele acrescentou, no entanto, que os judeus que viviam na Palestina antes de 1948 teriam “permissão para viver como uma minoria e seriam cuidados pela maioria muçulmana”.

Novamente, nada mudará o cumprimento da palavra profética. O tempo chegará em que Jacó estará em paz e segurança.

A ONU se tornou famosa – ou melhor, infame – por sua condenação desequilibrada de Israel. A organização UN Watch reporta:

Na presente 74ª sessão da Assembleia Geral da ONU (2019-2020), todos os países-membros da União Europeia (UE) votaram por uma resolução cada para criticar (1) Irã, (2) Síria, (3) Coreia do Norte, (4) Myanmar e (5) os Estados Unidos, por seu embargo a Cuba, e duas resoluções sobre a Crimeia. Em contraste, os estados da UE votaram por 13 de 18 resoluções que destacaram Israel. No entanto, esses mesmos estados deixaram de introduzir uma única resolução sobre a situação dos direitos humanos na China, Venezuela, Arábia Saudita, Belarus, Cuba, Turquia, Paquistão, Vietnã, Argélia ou 175 outros países.[1]

De fato, Israel é escolhido, mas é importante enfatizar: pelo próprio Deus. Jeremias, no mesmo capítulo, escreve sobre a grande tribulação: “Como será terrível aquele dia! Sem comparação! Será tempo de angústia para Jacó; mas ele será salvo” (v. 7). Note bem as palavras “ele será salvo”. Essa é a esperança de Israel; esse é o futuro de Israel.

Juntamente com Israel, a igreja de Jesus Cristo não pode ser conquistada; não pode ser aniquilada. Oro para que a igreja que Jesus está construindo seja completada em um futuro não tão distante. Esse será o tempo em que seremos arrebatados do planeta Terra para estar com nosso Senhor para sempre e sempre.

Nota

  1. “2019-2020 UN General Assembly Resolutions Singling Out Israel – Texts, Votes, Analysis”, UN Watch, 19 nov. 2019. Disponível em: https://unwatch.org/2019-un-general-assembly-resolutions-singling-out-israel-texts-votes-analysis/.

Arno Froese é diretor executivo da Chamada nos EUA e autor de diversos livros.

sumário Revista Chamada Março 2021

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