Os problemas da automação excessiva

A excessiva automatização da corrente produtiva da empresa Tesla foi reconhecida como errada por Elon Musk. Em 2018, na montagem do Modelo 3, o carro para a classe média, os problemas resultantes foram definidos como a “produção infernal” pelo CEO da empresa automotiva. Desde o lançamento de mercado apareceram grandes dificuldades para a produção desse vantajoso carro, de maneira que as metas de produção ficaram regularmente muito defasadas. Elon Musk disse na época: “Sim, a exagerada automação da Tesla foi um erro. Sendo mais exato, foi meu erro. As pessoas estão subvalorizadas”.[1]

A empresa buscou os resultados através da colaboração humana com as máquinas[2] e através do avanço da tecnologia,[3] mas a indústria automotiva conhece erros por automação excessiva há bastante tempo. “A indústria automotiva cometeu muitos desses erros já na década de 1980 e 1990”, afirmou o especialista Sam Abuelsamid para o site Ars Technica. Há mais de 30 anos, a General Motors (GM) investiu vários bilhões em automação. No entanto, os robôs não proporcionaram o aumento da produção desejado. O então CEO da GM, Roger Smith, pretendia enfrentar as montadoras emergentes (como a Toyota) com eficiência e perseguia a visão de “uma fábrica que funciona com as luzes apagadas”, com o emprego de mais robôs operando na montagem dos carros. Mesmo que os robôs estejam muito mais aprimorados agora, o excesso de automação – tanto outrora como hoje – causa enormes problemas: por exemplo, com frequência um robô defeituoso interrompe totalmente o fluxo da linha de produção, sem que um operário possa interferir no processo. Corrigir tais problemas é muito oneroso, tanto em tempo como em valores.

Notas

  1. Mark Matousek, “Elon Musk says humans are underrated and that he regrets using so many robots to build the Model 3”, Business Insider, 13 abr. 2018. Disponível em: <https://www.businessinsider.com/elon-musk-says-model-3-production-mistake-was-using-robots-2018-4>.
  2. Alessandro Lanteri, “Tesla is fixing its automation problems with Collaborative Intelligence”, Hult (Blog Post), 2018. Disponível em: <https://www.hult.edu/blog/tesla-collaborative-intelligence/>.
  3. Ryan Kottenstette, “Elon Musk wasn’t wrong about automating the Model 3 assembly line — he was just ahead of his time”, TechCrunch, 5 mar. 2019. Disponível em: <https://techcrunch.com/2019/03/05/elon-musk-wasnt-wrong-about-automating-the-model-3-assembly-line-he-was-just-ahead-of-his-time/>.
sumário Revista Chamada Dezembro 2020

Confira