O valor das árvores

As árvores agem para equilibrar o clima das cidades, coletam o pó e decompõem substâncias prejudiciais. Pesquisadores do Instituto Federal Suíço de Pesquisas Materiais e da Universidade de Zurique calcularam os efeitos das áreas verdes da cidade sobre o equilíbrio da temperatura. Eles constataram que um quarto de certa área com plantio já produzia um efeito claramente positivo e eficaz sobre as ilhas de calor. Áreas verdes aquecem menos, e o sombreamento e o resfriamento por evaporação das plantas fortalecem o efeito resfriador. O resultado seria ainda mais claro caso houvesse árvores grandes nos locais. Aytaç Kubilay e seu colega Lento Manickathan desenvolveram um software e com ele simularam o efeito causado por quatro árvores próximas entre si. A sombra das árvores, e simultaneamente a sua transpiração, diminuiriam significativamente a incidência de calor. Em grandes partes da área o calor percebido diminuiria em até 2ºC e, onde as fachadas das casas estivessem na sombra, até 4ºC.

Com suas simulações, os pesquisadores pretendem indicar aos planejadores urbanos as previsões detalhadas sobre os efeitos proporcionados pelas diversas espécies de plantas. Para tanto, eles aproveitam a experiência do biólogo japonês Akira Miyawaki. Sua ideia é a de aproveitar, principalmente, os ambientes e áreas urbanas que tenham pelo menos o tamanho de uma quadra de tênis para implantar pequenos habitats que contribuam para a manutenção da biodiversidade, do melhoramento da qualidade do ar, bem como para a capacidade de absorção de água pelo solo. No passado ele sugeriu a grandes empreendimentos, como a Toyota, e com eles implantou projetos no formato de “tiny forests” [florestas pequenas]. Assim, num prazo de três anos surgiram pequenas florestas na área urbana e esses sistemas agora são autossustentáveis e quase não necessitam de manutenção.

factum-magazin.ch

sumário Revista Chamada Dezembro 2020

Confira