Abrir a Bíblia antes de tomar decisões?

Qual é a posição da Escritura diante da atitude do filho de Deus que utiliza a Bíblia como oráculo? Por exemplo, quando preciso tomar uma decisão e abro a Bíblia procurando consultar o Senhor.

Resposta:

Muitas vezes o Senhor desperta a nossa atenção para alguma promessa em particular, que então podemos aplicar por fé à nossa própria situação ou provação. Muitas vezes já recebi pessoalmente poder de Deus e nova confiança por meio de tais palavras de Deus! O Senhor não nega seu testemunho, mas realiza suas promessas de modo glorioso e inimaginável.

Contudo, sou contra o que chamo de “lançamento de sortes”, isto é, em extrair um “bilhete” atrás do outro até encontrar algum versículo bíblico que nos agrade emocionalmente. Isso certamente está errado. Por outro lado, fica bem claro que o Senhor sempre responde à oração de fé (cf. Jr 33.3). Muitas vezes ele responde por meio de uma promessa da Bíblia que então assume vida para mim, bem pessoalmente (2Co 1.20). Outras vezes, o Senhor também responde por meio de circunstâncias especiais que me permitem reconhecer claramente sua vontade, ou pela orientação do Espírito Santo. A busca de respostas na Bíblia assumirá feições de oráculo se não for precedida de oração autêntica e profunda. A oração não nos capacita para obras de maior porte, mas ela mesma é a obra de grande porte. Muitas vezes consideramos a oração como apenas um exercício racional dos nossos poderes superiores, que deverá nos preparar para o trabalho de Deus. Porém, Jesus Cristo ensina que a oração é o efeito do milagre da redenção em nós e que, pelo poder de Deus, nossa oração também opera o milagre da redenção em outros. Por meio da oração podemos produzir fruto. É preciso lembrar, contudo, que a oração deve estar fundamentada na luta do Redentor e não na nossa própria luta. Somente as orações de quem crê como criança serão atendidas; não há atendimento para orações de quem considera sábio a si mesmo.

A oração é uma luta que requer perseverança, não importando onde nos encontremos. Como quer que Deus conduza suas circunstâncias, seu dever é sempre de orar. Nunca dê lugar à ideia de que “aqui onde estou não terei como ser útil”. É certo que você poderá ser útil no lugar em que se encontra! Ore ali onde Deus o colocou agora; invoque-o constantemente. “O que vocês pedirem em meu nome, eu farei” (Jo 14.14). Geralmente perdemos a vontade de orar se não experimentarmos nada de extraordinário. Esta é uma clara manifestação de inércia espiritual e de egoísmo. Precisamos trabalhar do modo que Deus determinou. E a ordem dele é: “Peçam!”.

Wim Malgo