Samuel Rindlisbacher
Pedro nos adverte enfaticamente: “... quero despertar com estas lembranças a sua mente sincera para que vocês se recordem das palavras proferidas no passado pelos santos profetas e do mandamento de nosso Senhor e Salvador que os apóstolos ensinaram a vocês. Antes de tudo saibam que, nos últimos dias, surgirão escarnecedores zombando e seguindo suas próprias paixões. Eles dirão: ‘O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua como desde o princípio da criação’. Mas eles deliberadamente se esquecem de que há muito tempo, pela palavra de Deus, existem céus e terra, esta formada da água e pela água. E pela água o mundo daquele tempo foi submerso e destruído. Pela mesma palavra os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos ímpios” (2Pe 3.1-7).
É possível cansar-se com a espera pelo Senhor Jesus: a zombaria humana pode nos fragilizar. A resistência, mesmo de outros cristãos, pode ser desgastante.
O tema do retorno do nosso Senhor é eminentemente importante, mas parece que justamente nós, os cristãos, o esquecemos! Tenho a impressão de que hoje a igreja de Jesus se assemelha às cinco virgens insensatas que não estavam preparadas para encontrar-se com o seu Senhor (Mt 25.1-13). Permitam-me perguntar: será que estaríamos preparados se ele viesse hoje?
É possível cansar-se com a espera pelo Senhor Jesus: a zombaria humana pode nos fragilizar. A resistência, mesmo de outros cristãos, pode ser desgastante. Ainda assim, porém, será que em nosso coração arde a esperança que diz: Jesus voltará... e poderia ser hoje?
Nos dias de Noé, quando veio a grande enchente, as pessoas tinham um sinal: a arca, que Noé levou 120 anos para construir! Da mesma forma, também hoje temos diante dos olhos um sinal claro e nítido: Israel. Nossos pais espirituais entenderam esse sinal. Em 1882, a primeira grande leva de judeus retornou à sua terra, e em 1948 o Estado de Israel acabou finalmente sendo fundado. Naquela ocasião, os cristãos do mundo inteiro disseram: “A Palavra de Deus está se cumprindo. O tempo das nações aproxima-se do seu fim. Em breve será removida a cegueira de Israel!”. Sim, um murmúrio passou por toda a cristandade: “Jesus logo voltará. O arrebatamento pode ocorrer a qualquer momento. Queremos estar preparados se ele vier hoje!”.
E hoje? Impõe-se a impressão de que na igreja acontece exatamente aquilo que Pedro disse. Essa é a grande tragédia dos nossos tempos. – Permitam-me reproduzir o texto com as seguintes palavras: “Os cristãos dirão: ‘Afinal, ele prometeu voltar! Por onde ele anda? A essa altura, nossos pais morreram, mas tudo continua como era no início da criação’”.
Por que digo isso assim? Porque, de qualquer modo, o mundo não se interessa por Jesus, muito menos pelo seu retorno. O mundo pouco se importa com Deus e seu reino. Por isso serão os cristãos aqueles que dirão: “Quando será o seu retorno?” – “Ele ainda demora!”.
Acaso os nossos pais espirituais não pregavam: “Jesus voltará!” – “O arrebatamento pode ocorrer a qualquer momento!” – “Esteja pronto se ele vier hoje!”? Agora muitos crentes se cansaram, talvez desiludidos ou desencorajados com a longa espera. Mas Jesus voltará assim mesmo, justamente quando os crentes pensarem: “Meu Senhor se demora a voltar” (Lc 12.45).
“O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça. Portanto, amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis” (2Pe 3.9-10,13-14). Maranata, vem, Senhor nosso!