Tenha em mente a sua eleição

“ Antes de formá-lo no ventre materno, eu já o conhecia; e, antes de você nascer, eu o consagrei e constituí profeta às nações” (Jr 1.5). “Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para ele, para sermos adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade” (Ef 1.4-5).

Ekklesia significa “chamada para fora”. Todos são chamados, mas apenas os espiritualmente renascidos, os convertidos a Jesus, são realmente eleitos, porque atenderam ao chamado dele. A comunidade do corpo de Cristo ocupa uma posição especial no plano de salvação de Deus, como consta por exemplo em Romanos 8.29: “... para serem conformes à imagem de seu Filho...”.

Como afirma Friedrich Malessa: “A eleição é indescritivelmente gratificante. Ela é um maravilhoso ato de Deus. Os mais profundos motivos da eleição apenas Deus conhece. Já o eleito está posto sob a atuação planejada e racional de Deus. O eleito não tem nenhum mérito por sua eleição – ela precede o que ele realiza na vida (Jr 1.5). A origem da eleição fundamenta-se no amor soberano de Deus. Por isso, a eleição é tão gratificante, por ser absolutamente divina”.

Por sermos eleitos para “sermos santos e irrepreensíveis... em amor”, não precisamos deixar que as nossos insuficiências nos travem. Somos eleitos por Deus em Cristo, e por meio do seu sacrifício nos tornamos santos e irrepreensíveis. Isso é um componente da eleição. Também podemos confiar que ele continuará operando em nós. “Ele também os confirmará até o fim, para que vocês sejam irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 1.8).

Alguém que se “tornou” santo dedicará tudo a levar uma vida cotidiana santificada, evitando tudo que se oponha a Deus, mas fará isso a partir de uma base já instalada por Deus.

Nas palavras de Johannes Wittstock: “No entanto, quem estacionar apenas em sua própria insuficiência, seu fracasso e nos erros diante do seu alvo, deixará claro com isso que está excessivamente focado em si mesmo e não olha para além do seu próprio eu. Isso facilmente leva a autocomiseração e a uma perigosa fixação na própria pessoa. Assim, porém, que deixarmos de dar tanta importância a nós mesmos, mas dermos importância apenas àquilo que Deus realizou, podemos alegrar-nos nele. Ele mesmo removeu todos os obstáculos e superou o abismo entre ele e nós. Assim que reconhecermos com gratidão todo o alcance da sua atuação por meio do Filho, estaremos focados em Deus, ele será o centro da nossa vida e nos tornaremos úteis para ele. É isso que Deus quer atingir conosco”. 

Conscientize-se da sua eleição e viva em função dela!

Norbert Lieth é autor e conferencista internacional. Faz parte da liderança da Chamada na Suíça.

sumário Revista Chamada Outubro 2023

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